9 de setembro de 2011

Islândia


Reiquejavique, capital da Islândia


"O castigo por não participares na política é acabares 
governado por pessoas piores do que tu"
Platão

Li ontem esta frase no blogue do Rui Tavares e desde então ando com ela na cabeça. Chamem-me chato, mas não me canso de insistir - e vou repetir a ideia tantas vezes quantas forem necessárias - que todos nós, cidadãos que não fazem política partidária, temos também uma grande responsabilidade na situação a que o nosso país. 

Pela nossa inércia, pelo nosso não querer saber, fomos deixando que os políticos profissionais, que, a ciclos, e desde há quarenta anos, governam Portugal, usassem e abusassem da coisa pública.

Ser cidadão, não se resume a ser-se contribuinte. Esse é o papel que que quem está no poder espera de nós.  Para a elite, quanto menos interventivos e conscientes formos, melhor. Ser cidadão é estar vigilante, é zelar pelo bem comum, é fazer parte da colectividade e defende-la como maior que o interesse individual. 

Nestes tempos de FMI fala-se - como tão bem escreveu o Rui - do exemplo islandês. A Islândia não é só retórica. Faz sentido, por ser verdade, apontar o caso de sucesso cívico deste país nórdico insular.

Gosto de estadistas e de líderes de rara elevação. A Portugal de 2011 faltam estes Homens maiores. Mas a Portugal de hoje faltam, acima de tudo, portugueses de vontade e com vontade. Gente de coragem, que pegue no seu próprio destino.

Temos no poder uma direita ultra-conservadora. Temos na oposição um partido que alinha com quem deveria discordar e uma esquerda radical que prefere faltar às reuniões onde se discute o futuro do país (é agora que sou lapidado pelos meus amigos comunistas).

A Islândia é o exemplo de que o mundo é um só, sim, mas que não é, nem precisa de ser, todo igual. 

4 comentários:

  1. Jamais conseguirás incutir o dever de cívico de lutar por um país a um povo que vive na inércia. Jamais conseguirás fazer esse mesmo povo entender que o dever de conduzir o país a porto seguro cabe a todos nós. Vivemos do fado, somos tristes, melancólicos e conformados por natureza, conformamo-nos até com a desgraça, se Deus assim quis assim será – é mais ou menos este o raciocínio.
    Os inconformados abandonam o barco (e fazem eles bem).

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  2. Temos um país que se encosta à desculpa de os políticos serem todos iguais para não mexer o rabo.

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  3. Oi Nuno!

    Falamos há uns tempos por mail por causa do Global Voices, e desde então estou a acompanhar o teu blog!

    Lendo este (belo :) post, nao queria deixar de partilhar contigo o artigo que publiquei na semana passada, também sobre as pontes entre Portugal e a Islândia:
    http://globalvoicesonline.org/2011/09/09/portugal-iceland-democracy/

    Em breve em portugues!
    abraço,
    Sara

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  4. Olá Sara.

    Estou recordado, sim. Ainda bem que estás por aqui. Obrigado por leres.

    Vou ler o posto que me sugeres.

    Abraço.

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