31 de março de 2008

Copiar e Colar

Desculpem, mas ela escreveu isto sobre mim e eu não resisto a reproduzir aqui:


Segunda-feira, 31 de Março de 2008
Quem disse que os homens e as mulheres não podem ser amigos?*

Não sei. Mas enganou-se. Tenho um amigo que é mesmo meu amigo. Nunca me tentou levar para a cama, nunca me pregou um beijo, nunca se evidenciou. Trata-me bem, às vezes insulta-me, às vezes esquece-se que eu sou uma menina e diz-me que vai à casa de banho porque lhe dói a barriga ou conta-me pormenores da sua vida amorosa que eu não quero saber, porque sou uma menina e as meninas não gostam de ouvir essas coisas. No fundo, ele conta-me tudo e eu também. Os meus dilemas, as minhas angústias, os meus desejos e as minhas alegrias. Ele sabe tudo de mim e eu sei tudo dele. Sei de todas as suas aventuras amorosas, de todos os seus falhanços, do seu fetiche por miúdas de óculos com sentido de humor, das suas paixões assolapadas.

Sei reconhecer quando está apaixonado e quando não está, mesmo que me diga que sim. Sei que com ele estou sempre a rir e sei que posso chamá-lo a qualquer hora, que ele é menino para vir do cú de Judas, em meu auxílio. Faço-lhe cenas de ciúme pelo gmail, meio a brincar meio a sério, onde todas as palavras são escritas em Caps e ele corresponde, em gritos escritos. E depois rimos muito e fazemos as pazes. Temos um sonho em comum de tornar o jornalismo numa coisa bonita, cheia de conteúdo interessante, daquele verdadeiro e isento e fazemos planos para esse dia.

Gosto tanto dele que até lhe perdoei quando ele desapareceu um ano inteiro porque a namorada dele não gostava de mim. Ela na realidade não gostava de ninguém, mas ele gostava muito dela. Felizmente abriu os olhos (hum hum) e voltou a ser uma pessoa normal. Gosto tanto dele que nunca poderíamos ser mais do que amigos, porque a amizade é para sempre e eu já não consigo viver sem ele.

*Para o N.

25 de março de 2008

A minha casa, na minha rua

Na rua onde eu moro nunca aconteceu nada de especial. Talvez exista, entre o 17 e o 19, um alcoolico, um galdério e um adúltero. Sim, existirão. Ela não quer saber dos filhos e ele não ajuda em nada. Agora, de especial, nunca aconteceu nada.

Aqui moram tão poucos que é raro passar alguém. De dia, não se encontram senhoras com pão e fruta fresca e de noite não há grupos de meninas a caminho dos bares da moda. Se, depois do jantar, debruçar-me na janela do quarto, não vou ver ninguém a não ser o cão do vizinho, que voltou a ficar do lado de fora do portão e que vai passar a noite a latir.

A minha rua, "e se esta rua fosse minha", pode não ter a vida próprias das ingremes ruelas de bairro típico, mas a minha rua, "eu mandava-a ladrilhar", tem um "não sei bem o quê", que faz gostar-se dela.

Tem o camionista, que talvez seja gay. O marreco, deixado pela mulher. A filha do marreco, que veste igual desde o tempo em que o Veloso ainda jogava. Os filhos da filha do marreco, que cresceram e ficaram "tão bons rapazes, quem diria?".

Na rua que é minha, "com o brilho dos teus olhos", está o meu prédio, que não é meu. Cheira a peixe frito, quando a vizinha do direito do meu esquerdo não abre a janela. Soa a bordel, se a do segundo se esforça mais um pouco.

A minha rua, na minha rua, o meu prédio, a minha casa. E eu. Aqui.

Violência na(s) escola(s)


"A Confederação nacional das Associações de Pais entende que o Procurador-geral da República exagerou ao falar em violência escolar no caso da luta entre uma docente e uma aluna por um telemóvel. Albino Almeida diz que esta situação é antes um caso de «indisciplina»." TSF



No meu tempo de estudante do secundário, um caso de "indisciplina" ocorria quando um aluno, depois de mandado calar, insistia em falar. Que me desculpam os pais ofendidos deste país, os mesmo que vão para as reuniões trimestrais gritar com os professores, ofendidos pelos docentes considerarem que os seus rebentos são uns macacos, mas é violência, é selvajaria e deve ser punida criminalmente.

O facto do acto ter ocorrido no interior da sala de aula não pode, em nenhuma circunstância, servir para desresponsabilizar a aluna - cidadã - que agrediu a professora.

Se não culpamos os pais pelo que não fazem aos filhos, culpamos quem? A ministra?

Os encarregados de educação da Confederação não são, em caso algum, o modelo de educador que os jovens têm em casa, bem sei. Esses, os país reais, são antes protótipos de desinteresse e desleixo. Agentes de uma educação mal feita e mal cuidada, carrascos, também eles, dos professores, que culpam da sua incompetência para exercer a paternidade, na amplitude do termo, com todas as responsabilidades que dela resulta.

24 de março de 2008

Alicia Keys no Pavilhão Atlântico


A menina não perdeu a forma e está até mais apurada. Fui ver Alicia Keys ao Pavilhão Atlântico, num dos melhores concertos a que já assisti. Segura, com uma fabulosa presença em palco. Convicta, com a projecção vocal num patamar fabuloso.

O regresso de Alicia Keys a Portugal valeu pelo espectáculo em si, mas também por ela e todos sabemos como por vezes uma parte supera a outra.

Até o som ajudou. Finalmente, alguém fez aquilo que era óbvio: Som a meio da sala e não apenas junto ao palco. Assim o volume pode estar mais baixo e o eco desaparece. Era impossivel que uma sala projectada para ser de espectáculos, com um tecto em madeira, não fosse melhor do que mediocre.

Cinco estrelas. Digo eu.

18 de março de 2008

Pergunta de algibeira


No Tibete, o regime comunista que governa a China com punho cerrado, carregou sobre os manifestantes. Relatos de testemunhas no local dão conta de centenas de mortos.


Então e agora o PCP não censura a violência?

14 de março de 2008

Pois...

Dia 7 estive com o Bryan no Maxime. Dia 8 entrevistei o Bisbal no Algarve. Dia 13 vi teatro no Montijo. Dia 19 vejo-a a ela no Pavilhão Atlântico.

A sério, não me posso queixar.

11 de março de 2008

Sobre as eleições nos EUA


Aqui há tempos, a propósito de um post de apoio a Obama, na corrida à Casa Branca, um leitor comentou, afirmando não perceber o porquê da minha opção. Não se tratava, recordo-me, de uma censura à opção particular pelo candidato a candidato democrata, antes o não entendimento do meu interesse, partilhado por outros bloggers, pelas eleições norte-americanas.

Como não?

Achar que o que se passa em DC diz-nos muito pouco, é estar pouco atento à vida em geral. Da América de Obama, de Clinton ou McCain verá muito daquilo que sera o mundo, onde - lugar comum - vivemos.

Quem governa o país que nos impõe cultura faz toda a diferença. Como não ligar a quem marca a diferença entre a paz e a guerra? Como não querer saber se são eles que não assinam Quioto? Como não me interessar, se gosto do Dr House, do Burger King e do Connan? Como não cuidar de saber, se aprecio os seios da Scarlett?

Apoio Obama e interesso-me, mesmo sem votar, caro leitor, pelo resultado das eleições. Olhe, por mim, por si e pelo futuro do planeta.