30 de janeiro de 2009

Ai Fernanda, Fernanda... eu sei o que é que tu queres dizer com isso!

Vale a pena espreitar o artigo que a Fernanda Câncio assina hoje do Diário de Notícias. Ela consegue falar de José Sócrates, seu namorado, sem nunca referir o nome do próprio. O Zola fica-lhe tão bem. Leiam, leiam.

A imagem saiu daqui http://avaria.no.sapo.pt/

23 de janeiro de 2009

De como pedi dinheiro a um agente da autoridade

Ainda a propósito dos documentos perdidos - e entretanto encontrados - escapou-me uma informação importante. Apesar de não ter como me identificar, a verdade é que achei que o mais prudente seria mesmo dirigir-me à esquadra mais próxima (a não mais de 500 metros da televisão) e apresentar queixa. Se o pensei, melhor o fiz. 
Na esquadra de Talatona - a zona mais chique de Luanda, uma espécie de Belas Clube de Campo - sou recebido por um senhor agente da autoridade que me leva para uma sala. Convida-me a sentar, o que faço com satisfação. 
O banco, corrido, de madeira, está ligeiramente tombado, parece-me, mas logo percebo que não. Afinal, torta está a mesa, que só tem pernas de um dos lados, pelo que do outro está encostada à parede, desafiando toda a lógica.
Faço a participação, colocando nela toda a minha alma. Procuro não me esquecer de nada importante que estivesse dentro da mala e quando concluo o detalhe apercebo-me do jogo de cores que o agente usou para redigir a participação. Sou, contudo, informado da total inutilidade da meia hora passada. Afinal, na segunda-feira (sim, porque só nos dias de semana se fazem participações) teria que ir ao comando central preencher alguns formulários e apelar à compreensão do senhor comandante.
À saída - recordem-se que referi anteriormente que o episódio me havia causado um avultado prejuizo e que, por conta dele, vi-me sem qualquer forma de acesso às contas bancárias - uma mulher de farda chama-me e pede-me, aqui está a cereja no topo do bolo, "alguma coisa para comprar refrigerantes no fim-de-semana".
Com a minha habitual simpatia - sou mesmo simpático, não é ironia - respondi que não tinha - e acrescentei que "se os senhores tiverem alguma coisa para mim, eu agradeço".

21 de janeiro de 2009

A vida em directo

Detesto telemóveis esquecidos em cima das secretárias e que passam horas a tocar. É o que está a acontecer, desde há muito, ao da minha directora de produção. Deus me perdoe, mas não sei se devo desligar o aparelho ou a proprietária quando voltar.

20 de janeiro de 2009

A mala perdida (take II)

Não sei se recordam de ter contado aqui o meu triste episódio da mala perdida. Podem procurar o post no arquivo de 2008.
Pois é. Acontece que não há uma sem duas (e espero que haja duas sem três). Perdi a minha mochila e desta vez foi bem mais dramático.
Dentro da minha malinha gay estavam todos os meus documentos (passaporte incluido) e 300 doláres, que tinha levantado para o fim-de-semana. Foi tudo à vida.
A história seria dramática, se não fosse parva e vergonhosa... para mim próprio.
Saí do carro para telefonar, peguei na mala e deixei-a no tejadilho do carro. Telefonei, guardei o telemóvel no bolso e arranquei com o carro. Onde ficou a mala? Pois.
Felizmente o ladrão (obrigado Sr. Ladrão) foi um homem de bem. Ficou com o dinheiro, com a própria da mala, com um livro do Gabriel (esse aí do lado) e com um CD não sei de quem (até porque eu era o portador), mas devolveu os documentos. 
Agora, estou falido... mas documentado.

Sobre o dito cujo

Agora é que o mundo vai ver do que o Obama é capaz. Depois de meses de expectativas, de semanas de sonhos, o homem está no lugar para o qual foi eleito. Já aqui o disse que, inevitavelmente, Barack vai ser uma desiluasão para aqueles que, eventualmente mais populistas, acharam que dele surgiria a salvação para os problemas da humanidade. Ainda assim, não nego o meu total apoio ao novo "dono disto tudo", porque sonhar não custa e "acreditar é preciso".
O tempo cuidará de fazer das suas e a realidade das decisões dará vida ou sentença de morte aos mitos que se foram criando.

Update

Eu sei que muitos de vocês invejam a vida que levo em Luanda (not). Passei um fim-de-semana maravilhoso (o primeiro fora da capital, imagine-se) em Cabo Ledo, a pouco mais de 100 km da confusão. Comecei a semana com um passeio de barco no rio Kwanza... ossos do ofício.

Sim, estou bem, já que perguntam.

14 de janeiro de 2009

Cheguei

Estou de regresso a Luanda. Ao lixo nas ruas, ao engarrafamento no trânsito, ao cheiro a esgoto. E também ao meu corredor sem ar condicionado, apinhado de gente, ao meu apartamento com infiltrações, à internet a 200kbps e à televisão que há-de ser.

12 de janeiro de 2009

De partida [e de regresso]

A verdade é que já fiz as malas. Levo na bagagem recordações dos dias que passei com a minha gente e parto de consciência tranquila. Afinal, de uma maneira geral, fiz tudo o que esperava fazer, visitei todos os que esperava visitar e acertei umas contas que estavam por acertar.

Encontramo-nos [novamente] em Angola. E olhem que não se está nada mal por lá.

Frio nas escolas


Do tempo em que era aluno do secundário lembro-me das vezes que um colega meu, pouco disposto a suportar o tremendo frio que se fazia sentir no interior das salas de aula, ia para a escola - juntado-lhe uma pitada de ironia - com um aquecedor. Aquele aquecedor era um consolo para ele e para mim, que partivalha a mesma carteira.

Desde essa altura já passaram uns bons 10 anos e hoje, ao ver as notícias do tempo, reparei que nada mudou. As [algumas] escolas estão melhor equipadas, mas o Governo - este, outros - continua(m) a achar que aquecedores ou sistemas de aquecimento são absolutamente desnecessários.

Entristece-me ver alunos, da idade que eu tinha quando pensei fazer o mesmo, em protesto (e com fundamento!), gritando "tenho frio". É que têm mesmo, acredito que sim.

Mais do que um caso de direito ao calor - trata-se disso, também - há aqui uma espécie de respeito pela condição do estudante e do professor. Só quem nunca passou um dia de aulas em salas geladas, de casaco apertado, gorro na cabeça e luvas nas mãos pode minimizar o que é tentar ensinar ou tentar aprender nestas condições.

À Ministra - respeitosos cumprimentos, minha querida - falta-lhe desligar o AC do gabinete por umas horas. Duas ou três, apenas. Não quero que o frio lhe tolde o pensamento. Vai precisar dele para perceber que Portugal não é um país quente e que o melhor é mesmo mandar toda a gente à Worten.

4 de janeiro de 2009

Portugal, Lisboa e Seixal

Como está frio nesta terra. Já me tinha esquecido - creio - que o Inverno (o Inverno existe mesmo) é frio, chato e é aqui. Os centros comercias (o Belas não é original) têm sempre muita gente. Há limites de velocidade e Brigada de Trânsito. Há missa, fé e fieis. Há cheiro a Portugal e ar sem poeira.

Houve até, imagine-se, uma lagriminha ao perceber o perfil da cidade, mesmo antes de aterrar.

2 de janeiro de 2009

Portugal é já ali...


Amanhã volto para a minha terra. São 10 dias apenas, nem tanto, se contarmos com a viagem. Não são só férias. Aliás, a dezena pouco tem de descanso. Não quero que tenha. Apetece-me fazer da breve estadia um reencontro.
Vou estar com a família, com os amigos e com os lugares que já foram meus. Vou-me encontrar com a vida que deixei e tentar perceber se ainda há casa nesse passado.
Não tenho saudades de Portugal, apenas das pessoas que lá deixei e com quem agora vou estar. Elas fazem a memória que levo comigo e dão verdade a esta saudade que tenho. Vou ajustar contas com ela, atestar-me de lembranças e depois volto. É um até já Angola.

1 de janeiro de 2009

Reveillon

Comecei às 18h00, acabei às 6h30. Estive na festa dos Informais, no Jango Veleiro - Ilha. Passei pelo Cine Tropical e regressei ao Jango.

Estive com dois colegas, bebi pouco e comi mal. Conduzi quase 200 quilómetros e perdi várias horas no trânsito.

Já de manhã fui levar gente a casa.

Sim, meus queridos, estive a trabalhar e nem dei pelo meia-noite.