12 de janeiro de 2009

Frio nas escolas


Do tempo em que era aluno do secundário lembro-me das vezes que um colega meu, pouco disposto a suportar o tremendo frio que se fazia sentir no interior das salas de aula, ia para a escola - juntado-lhe uma pitada de ironia - com um aquecedor. Aquele aquecedor era um consolo para ele e para mim, que partivalha a mesma carteira.

Desde essa altura já passaram uns bons 10 anos e hoje, ao ver as notícias do tempo, reparei que nada mudou. As [algumas] escolas estão melhor equipadas, mas o Governo - este, outros - continua(m) a achar que aquecedores ou sistemas de aquecimento são absolutamente desnecessários.

Entristece-me ver alunos, da idade que eu tinha quando pensei fazer o mesmo, em protesto (e com fundamento!), gritando "tenho frio". É que têm mesmo, acredito que sim.

Mais do que um caso de direito ao calor - trata-se disso, também - há aqui uma espécie de respeito pela condição do estudante e do professor. Só quem nunca passou um dia de aulas em salas geladas, de casaco apertado, gorro na cabeça e luvas nas mãos pode minimizar o que é tentar ensinar ou tentar aprender nestas condições.

À Ministra - respeitosos cumprimentos, minha querida - falta-lhe desligar o AC do gabinete por umas horas. Duas ou três, apenas. Não quero que o frio lhe tolde o pensamento. Vai precisar dele para perceber que Portugal não é um país quente e que o melhor é mesmo mandar toda a gente à Worten.

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