A nova moda linguística do discurso político é dizer, e aplicar a todas as situações, a dinâmica do "quem paga é quem consome e não quem contribui". No fundo, cria-se uma figura absolutamente descabida, quando ao Estado nos reportamos: o consumidor. Estamos perante uma espécie de cliente, afecto aos deveres, embora distante dos direitos que o estatuto tradicionalmente confere.
Usou-se a distinção nas SCUT's, e repete-se agora nos combustíveis. A visão de Sócrates sobre este assunto é redutora e descabida, revelando uma total falta de sensibilidade política, estimulando uma vertiginosa queda no ridículo.
Distinguir contribuinte de consumidor é um disparate. É demagogia. Como se os consumidores não fossem, também eles, contribuintes.
A maioria dos portugueses tem uma relação directa com os combustíveis, fruto do carro que conduz. Os condutores são um número suficientemente grande para merecerem a atenção do Estado. Ainda assim, se este argumento não fosse suficiente, ganha corpo um outro: a alta do preço do petróleo tem implicações, indirectas, naqueles que não dependem dele para o seu dia-a-dia, por força da subida de todos os outros bens.
Não é possível, a bem da verdade intelectual, separar consumidores de contribuintes. Faze-lo é a abusar da liberdade de interpretação.
O consumidor assume o seu corpo quando ao Estado mais convém. Fora esses casos, de mero talento causal, passa a cliente.
Usou-se a distinção nas SCUT's, e repete-se agora nos combustíveis. A visão de Sócrates sobre este assunto é redutora e descabida, revelando uma total falta de sensibilidade política, estimulando uma vertiginosa queda no ridículo.
Distinguir contribuinte de consumidor é um disparate. É demagogia. Como se os consumidores não fossem, também eles, contribuintes.
A maioria dos portugueses tem uma relação directa com os combustíveis, fruto do carro que conduz. Os condutores são um número suficientemente grande para merecerem a atenção do Estado. Ainda assim, se este argumento não fosse suficiente, ganha corpo um outro: a alta do preço do petróleo tem implicações, indirectas, naqueles que não dependem dele para o seu dia-a-dia, por força da subida de todos os outros bens.
Não é possível, a bem da verdade intelectual, separar consumidores de contribuintes. Faze-lo é a abusar da liberdade de interpretação.
O consumidor assume o seu corpo quando ao Estado mais convém. Fora esses casos, de mero talento causal, passa a cliente.
2 comentários:
Tens muita razão, é só o que tenho a dizer.
beijinhos
Os que não têm carros andam de transportes públicos que, de acordo com o primeiro-ministro, devem andar a óleo de figado de bacalhau ou qualquer coisa assim do género. Isto devia ser tudo era como em França... qualquer coisinha vá de queimar carros e partir vidros.
AR
www.antonioraminhos.blogspot.com
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