10 de junho de 2013

Mindelo, 10 de Junho de 2013

Dia estranho, este. E-mails que ficam sem resposta, telefonemas que não são atendidos, máquinas que avariam (e voltam a funcionar logo a seguir). 

Às vezes fico com a sensação de viver numa Twilight Zone. Ao princípio da tarde, o Primeiro-Ministro de Cabo Verde surpreendeu toda a gente quando revelou, em primeira mão, a suposta morte de Nelson Mandela. No final de um discurso, evocou o homem e perpetuou a memória. 

Logo depois, seguiu-lhe as pisadas um jornal digital, citando-o e tomando como certa a falsa notícia. 

Os dois exemplos são esclarecedores sobre o amadorismo que persiste tanto no jornalismo como na assessoria política. Se o erro do jornal é grave, a falha de protocolo do Chefe de Governo é gravíssima. Fosse comigo e hoje rolavam cabeças. 

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Está na rede a minha mais recente crónica sobre emigração. Como sempre no P3.

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Não estranhem a ausência de comentários em relação ao Dia de Portugal. Guardemos antes um minuto de silêncio.


7 comentários:

Majo disse...

Sem ter vivenciado essa turbulenta atividade e com esta distância confortável, parece-me ter sido um dia bastante divertido...
Não merecia um final tão trágico!
Cabo Verde é um país muito jovem e também se aprende com os erros...

Mndela, o admirável e repeitável herói, continua a resistir...
Todos lhe desejamos a paz que notabilizou a sua obra.

Majo disse...

Antes de iniciar a transcrição dos comentários que as suas peças me sugeriam, li todos os seus artigos do P3, em geral gostei e achei que seria importante para si, ouvir as minhas críticas construtivas.
Ainda não tive o prazer de ver o meu empenho compensado...
Atrbuo ao excesso de trabalho e como sou perseverante, continuo ...
Esta é a Crónica que me merece mais intervenções, pelo que, fazer-lo-ei por partes...

Majo disse...

Como mencionou os seus problemas de saúde, sinto toda a legitimidade para me zangar consigo. Vou procurar ser carinhosa mas firme.
Não pode brincar dessa maneira com a saúde do seu fígado que é um orgão vital. A doença que tem,irá dentro pouco tempo deformar o seu aspeto físico. Irá ficar com ventre de "homem grávido" e sem qualidade de vida. Por fim, acabará por se incluir no conjunto de milhares de incautos que esperam que alguém saudável e compatível morra para poderem sobreviver. Em qualquer momento, andam milhares de profissionais de saúde em correria com destes orgãos refrigerados...

Deixe de matar a sede com cerveja ou café. Aposte em sumos e batidos. Encontrará muitas sugestões na net. Crie as suas próprias receitas. As amigas irão apreciar e mais tarde, os seus filhos. Use nos batidos, plantas descongestionantes como o boldo ou dente de leão.
Torne-se um mestre em grelhados. Prefira sempre o peixe muito fresco e salada ao almoço e coma uma sopa ao jantar, como entrada.
Marche 30 mn ininterruptamente, pelo menos, uma vez ao dia.
Então, sentir-se-á revigorado a caminho da cura ...

Nuno Andrade Ferreira disse...

Olá Majo,

Muito obrigado pelos seus comentários. Como reparou, o blogue esteve alguns meses em "banho Maria". E obrigado pelas sua preocupação com a minha saúde.

Abraço,

NAF

Majo disse...

Nuno Andrade Ferreira, retribuo o abraço amigo e desejo muita sorte e sucesso a este blogue.

Majo disse...

Continuo comentando a crónica:"2015, como vai ser?"

Não estaremos cá todos...
Estamos num processo de sangria que nos priva dos melhores valores.
Da minha família partiram recentemente, um par de irmãos únicos, engenheiros, ele para os US, ela para a quase antípoda Austália. Vão formar família nesses países e não regressarão.

Tem razão ao apontar os excessos cometidos, alguns bem ridículos, como os brilhantes cartões de crédito, com a banca a formar novas classes sociais...

Mas o que me magoa é o tratamento que deu às famílias portuguesas que, em geral, são sensatas, labutadoras e conscenciosas. É imperativo referirmo-nos á regra e não à exceção.
Com os ordenados mais baixos das suas carreiras, faziam sacrifícios para pagar o apartamento, optando pela compra de carros velhos. Tudo era muito difícil nos primeiros 8 ou 10 anos e entretanto, apareciam as crianças. Procuravam-se promoções e contavam-se as moedas.
Quando os juros aumentaram, uma parte foi apanhada nesta fase difícil e ficaram sem recursos.
Tenho a certeza que a maior parte das famílias portuguesas não estavam endividadas por razões de imprudentes luxos, como faziam crer profissionaiss da TV, esses sim, com magníficos salários, pagos por todos nós.

Também me doi a amargura com que fala de Portugal. Somos uma nação espetacular! Uma das mais antigas da Europa e uma das que tem menos experiência do exercício democrático.

Não é Portugal que nos nega, é uma classe política incompetente, forjada não no mérito e excelência comprovada, não numa formação complementar específica; mas no conluio, no compadrio e na ambição. É aqui que está o verdadeiro cerne da questão.
Foi preciso serem bem encostados à parede para tomarem resoluções tardias, como por exemplo, a saída do Relvas e a ""suspensão"" das pensões vitalícias.

Penso que não deveria ter excluído, na totalidade, o contexto europeu.

Neste momento, o grande problema é de quem já não tem acessórios para cortar. Pense nas crianças e jovens do interior e norte a estudar, de mãos geladas, enrolados em mantas e edredons, porque os pais não têm possilidade de pagar aquecimento e seja tolerante com críticas amargas, mas educadas.

Também estou convencida que algo mudará, mas não tanto como desejaríamos. É lindo, o seu caráter de despojamento material.

Quero sublinhar a sua coragem por abordar um assunto tão polémico, e congratulá-lo pela intenção de pôr os portugueses a meditar sobre este tema.

Majo disse...

Não concordo com o minuto de silêncio.

PORTUGAL NUNCA MORRERÁ!

Teria sido mais profícua, uma hora de silêncio meditativo, com a Assembleia Nacional a dar o exemplo.

Não desista de Portugal! Peço-lhe sentidamente, que use a capacidade de intervenção que lhe confere a sua profissão, para defender Portugal e denunciar os verdadeiros vilões desta crise.

Convencida que se trata apenas de um jocoso desabafo, despeço-me desta longa intervenção, com a maior simpatia...