Desafiou-me a “escrever qualquer coisa simpática” sobre ela e achou – acho eu – que não seria capaz. Aliás, ser, seria, mas que o pedido acabaria caído no esquecimento. Não caiu e aqui está ele, o tal do texto.
Não é que seja difícil, até porque nem custa assim tanto (não custa nada). Acontece que, compreendes, há que ter cautela para não transformar este texto num chorrilho de elogios. O que não falta por aí é gente “achada” e há que precaver o futuro. Dura o quê, seis meses? E quantos é que já passaram, afinal? Mas sabes, ele há coisas que valem a pena, nem que seja por seis meses. Valeria por três.
Sim, era bem mais fácil se não chegássemos carregados de histórias e de desabafos. Mas não somos só hoje, ora gaita.
Podia vir para aqui falar das borboletas no estômago, daquele “nervoso miudinho” (que vai passar, eu sei). Da ansiedade, da expectativa ou até das, vá lá, desilusões. Mas não. Neste texto, porque sou eu quem decide o que entra nele – ah, o nosso velho “I did it my way” – não há espaço para essas coisas. Desculpa lá.
Sabes do que é que eu vou falar aqui? Daquilo que tu não queres que eu fale. Daquela vez em que o carro avariou no parque do restaurante e ficámos a tarde toda à espera de solução. Disse o mecânico que o carro tinha água na bomba da gasolina. E é da bomba que este texto também fala e das vezes que estivemos uma hora à espera para abastecer, até da vez em que não esperámos e bem podíamos ter esperado… talvez evitássemos ter ficado parados, às dez da noite, no meio da Talatona.
Presumo que também não queiras que conte sobre aquela outra vez em que deixámos de saber da chave do quarto (em Cabo Ledo). Tinha ficado esquecida em cima da mesa do restaurante e por lá deve ter continuado até alguém fazer o favor de a devolver.
E quando perdemos o talão do parque de estacionamento? Ou quando almoçámos no esgoto? Então e quando, por engano, entrámos na casa do vizinho? Já chega, certo?
Sabes, estas coisas, das quais sempre nos rimos, perante a reprovação geral (“ai a vossa cabeça!”), são elas que tornam isto – por seis meses, até por três – tão digno de registo. Esta paciência que temos para nos aturarmos e a perspectiva de desgraça se continuarmos juntos. Próximos, sequer.
Isto pode mesmo ser coisa só para um instante, mas escuta... era uma pena se não fosse por mais tempo.
Não é que seja difícil, até porque nem custa assim tanto (não custa nada). Acontece que, compreendes, há que ter cautela para não transformar este texto num chorrilho de elogios. O que não falta por aí é gente “achada” e há que precaver o futuro. Dura o quê, seis meses? E quantos é que já passaram, afinal? Mas sabes, ele há coisas que valem a pena, nem que seja por seis meses. Valeria por três.
Sim, era bem mais fácil se não chegássemos carregados de histórias e de desabafos. Mas não somos só hoje, ora gaita.
Podia vir para aqui falar das borboletas no estômago, daquele “nervoso miudinho” (que vai passar, eu sei). Da ansiedade, da expectativa ou até das, vá lá, desilusões. Mas não. Neste texto, porque sou eu quem decide o que entra nele – ah, o nosso velho “I did it my way” – não há espaço para essas coisas. Desculpa lá.
Sabes do que é que eu vou falar aqui? Daquilo que tu não queres que eu fale. Daquela vez em que o carro avariou no parque do restaurante e ficámos a tarde toda à espera de solução. Disse o mecânico que o carro tinha água na bomba da gasolina. E é da bomba que este texto também fala e das vezes que estivemos uma hora à espera para abastecer, até da vez em que não esperámos e bem podíamos ter esperado… talvez evitássemos ter ficado parados, às dez da noite, no meio da Talatona.
Presumo que também não queiras que conte sobre aquela outra vez em que deixámos de saber da chave do quarto (em Cabo Ledo). Tinha ficado esquecida em cima da mesa do restaurante e por lá deve ter continuado até alguém fazer o favor de a devolver.
E quando perdemos o talão do parque de estacionamento? Ou quando almoçámos no esgoto? Então e quando, por engano, entrámos na casa do vizinho? Já chega, certo?
Sabes, estas coisas, das quais sempre nos rimos, perante a reprovação geral (“ai a vossa cabeça!”), são elas que tornam isto – por seis meses, até por três – tão digno de registo. Esta paciência que temos para nos aturarmos e a perspectiva de desgraça se continuarmos juntos. Próximos, sequer.
Isto pode mesmo ser coisa só para um instante, mas escuta... era uma pena se não fosse por mais tempo.
3 comentários:
Este é o texto que eu gostava de ter escrito.
A última frase é genial e mantem-se tudo tão real, mas não menos sentido. É que é dificil ecsrever assim sem cair na sopeirice, hein?!
Muito, muito bom.
Fabuloso!! Quando queres consegues escrever de uma forma brutal!
Voces complementam-se e entendem-se! Tinham de se encontrar, nesta vida ou na outra...
Não vais ter pena...porque tens todo o tempo do mundo!
Queria ter comentado antes mas pura e simplesmente faltavam-me as palavras... Pensei em dizer apenas:"bué fixe ahn!" mas não, não era suficiente. E dizer também que fiquei que nem manteiga derretida é demais (sabes há gente "achada" a mais por ai) logo devo apenas dizer que admiro muito a escrita porque o homem não só admiro como amo. E que fique bem claro que eu sou completamente anti-lamechisses!
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