"Dois pinguins macho casaram no zoo de Harbin, na China, depois de um longo romance. A boda, com direito a marcha nupcial e tudo, foi um prémio para «os melhores pais deste zoológico», escreve o El País."
30 de março de 2009
29 de março de 2009
You've got mail, sir
Querido padrinho!!!
Adorei as tuas flores,tive muita pena por não participares no jantar dos meus anos e também por não brincares com os meus amigos. Sabias que neste fim de semana a minha mana veio dormir à nossa casa.Gostei muito desse fim de semana.
Tenho muitas saudades tuas.
26 de março de 2009
Up to date
Acabei de ir à Casa dos Frescos, aqui ao lado da estação. Não há queijo feta. Comprei um queijo de cabra. Comi-o todo. Vou vomitar.
O texto das 5, publicado às 9
Tirei a noite para não dormir. Serão, eventualmente, cinco da manhã – não confio no relógio do computador – e cá estou eu a escrever um texto despido de qualquer interesse para o mundo e contudo cheio de sentido para mim. Isto da escrita tem mesmo qualquer coisa de muito nossa.
Vi quatro filmes. Quer dizer, vi um, outro, mais outro e ainda mais um. Sim, foram mesmo quatro. Mas não todos ao mesmo tempo, claro. Um a seguir aos outros. Estou nisto, acho, desde as 9 da noite ou muito perto disso.
Tenho à minha frente 20 notas de 10 kwanzas e mal pagava um café com elas. Tenho 5 dólares e não faço ideia que uso lhes dar. Nenhum, provavelmente.
Continuo a ler um livro de páginas amarelas, capa rasgada e história que me soa familiar de um outro, acho, mais antigo. Porque é que os padres se apaixonam sempre por meninas inocentes e nunca pelas ‘cabras’ da paróquia?
Não vejo o mail desde depois do almoço.
A luz tem faltado muito e a Tv Cabo deixa de funcionar largas horas. Hoje não faltou, mas estou sem televisão. E é chato quando falta a luz: a aparelhagem (300 dólares me custou) fica para ali a piscar. Pop, Rock, Treble, Bass, Dimmer on, Dimmer off. O que raio é o dimmer?
Queria mesmo queijo feta.
Vi quatro filmes. Quer dizer, vi um, outro, mais outro e ainda mais um. Sim, foram mesmo quatro. Mas não todos ao mesmo tempo, claro. Um a seguir aos outros. Estou nisto, acho, desde as 9 da noite ou muito perto disso.
Tenho à minha frente 20 notas de 10 kwanzas e mal pagava um café com elas. Tenho 5 dólares e não faço ideia que uso lhes dar. Nenhum, provavelmente.
Continuo a ler um livro de páginas amarelas, capa rasgada e história que me soa familiar de um outro, acho, mais antigo. Porque é que os padres se apaixonam sempre por meninas inocentes e nunca pelas ‘cabras’ da paróquia?
Não vejo o mail desde depois do almoço.
A luz tem faltado muito e a Tv Cabo deixa de funcionar largas horas. Hoje não faltou, mas estou sem televisão. E é chato quando falta a luz: a aparelhagem (300 dólares me custou) fica para ali a piscar. Pop, Rock, Treble, Bass, Dimmer on, Dimmer off. O que raio é o dimmer?
Queria mesmo queijo feta.
12 de março de 2009
Café para dois
Em 2007, com a minha amiga Daniela fiz uma espécie de jogo. Ela no Porto, eu em Lisboa e uma história escrita a meias. A história não acabou, mas ficaram coisas giras guardadas até um dia. Hoje pego num pouco da história e trago-a para o brilho das luzes.
V
Subiu as escadas e desiludiu-se com o dia para estes lados da cidade. Compra o jornal, que lê do fim para o princípio. Gosta de começar pelas notícias que interessam menos e deixar o clímax para a hora de almoço.
Naquela manhã cinzenta, ameaçada pela chuva, fica a saber que a apresentadora de um programa de televisão, que não vê, está grávida pela segunda vez. Sorri e pensa: “estava com pressa, esta”.
Naquela manhã cinzenta, ameaçada pela chuva, fica a saber que a apresentadora de um programa de televisão, que não vê, está grávida pela segunda vez. Sorri e pensa: “estava com pressa, esta”.
Toma o café, como todas as manhãs, numa pastelaria apinhada de gente. No meio da multidão é mais fácil passar despercebida. Sente-se sozinha no meio de tantos e gosta. Há uns anos atrás, dois, três, talvez ficasse incomodada, mas hoje prefere o anonimato que os sítios apertados conferem. Há tanto em que reparar, que o mais provável é ninguém reparar nela.
Bebe o café com meio pacote de açúcar. Não tem a mania das dietas, mas um dia decidiu começar a reduzir nos doces e, excepção feita a breves recaídas, tem-se saído bem. Passou pela fase do ‘breakfast tea’, mas o estranho olhar do empregado de balcão, seguido de um inquisitório "diga?!", fez com que mudasse de ideias. Regressou à bica, palavra que nunca usa, por acha-la particularmente vazia de conteúdo, e não arriscou outras inovações ao melhor estilo inglês.
Cafeína ingerida, prepara-se para sair. Sente, contudo, qualquer coisa desconfortável. Inspecciona, ao longe, o estado de salubridade do WC e atesta que não vai sair de lá com nenhuma barata a trepar-lhe pelas pernas.
- Olha lá para ti. O que é que está torto ou fora do sítio? – questiona-se – Merda, sujei-me!
Cafeína ingerida, prepara-se para sair. Sente, contudo, qualquer coisa desconfortável. Inspecciona, ao longe, o estado de salubridade do WC e atesta que não vai sair de lá com nenhuma barata a trepar-lhe pelas pernas.
- Olha lá para ti. O que é que está torto ou fora do sítio? – questiona-se – Merda, sujei-me!
8 de março de 2009
O problema é meu
Quado saí de Portugal, a economia nacional estava a retracção. Chego a Angola e o país, até aqui um dos que tinha uma das maiores taxas de crescimento à escala global vai sofrer do mesmo mal.
"A economia angolana deverá sofrer uma contracção de três por cento este ano, em vez do crescimento de 11,8% inicialmente previsto pelo Governo".
2 de março de 2009
Do melhor dos tempos
Porque a verdade é que nunca sabemos quando estamos a viver o melhor tempo da nossa vida.
Não conseguimos adivinhar, oh merda e como devíamos, em que momento preciso é que os sorrisos que temos, as tarde que passamos, a noites em que dormimos acompanhados – com quem? – as vezes que fazemos amor ou fod… sexo são os registos mais próximos da perfeição – sem serem perfeitos, contudo – que vamos conseguir ter para contar, anos mais tarde, a nós próprios, pelo menos.
Se soubéssemos, se tivéssemos uma ideia, uma pequena ideia, pequenina, então talvez aproveitássemos melhor esses instantes. Tiraríamos muitas fotografias, faríamos filmes e depois, no limiar, organizaríamos álbuns ou, mais moderno, passaríamos tudo para um DVD.
Dava jeito que alguém nos batesse no ombro e dissesse “olha, aproveita este ano, porque vai ser o teu melhor”. Se assim fosse, se alguém batesse no meu ombro, garanto que, durasse o tempo que tivesse que durar, eu não me queixaria de nada. Não lamentaria ter chegado ao fim do mês com menos dinheiro do que devia (contava ou queria) e ter gasto mais saldo de telemóvel do que o bom senso aconselhava a fazer. Jantaria fora todas as noites que quisesse. Andaria muito de avião. E viajaria de carro. Milhares de quilómetros. Não estaria em casa a não ser que me apetecesse estar em casa e não cuidaria de saber de ninguém, a não ser daqueles com quem realmente me preocupo. Se calhar, também é uma opção, não faria nada disso e deixava-me estar quieto a aproveitar.
Um ano melhor todos temos, mesmo sem termos nunca um ano bom. Acontece[-nos] que não sei quando será (é ou foi) esse meu melhor ano e por isso, talvez por isso mesmo, é que estou para aqui, de comando na mão, com os olhos demasiado perto da televisão, a ver a primeira temporada completa de uma série cujo nome nem sei pronunciar.
Eu conduzo bem. Aliás, eu conduzia bem. Nunca tive uma multa, nunca tive um acidente e raramento desrespeito, desrespeitava as regras de trânsito.
Acontece que isso acabou. Agora, meus queridos, sou Lamy Matumbo - perigo em Luanda. Continuo sem bater, mas só não fui - ainda - multado porque dei uso a toda a minha retórica... bem, a isso e a uns kwanzas.
Ora, vai-se lá compreender que nesta cidade não seja permitido virar onde não é permitido virar. Pelos é mesmo proibido virar nos sítios assinalados como tal e eu descobri isso aqui há dias, quando virei (e como doi ao entrar!).
O senhor agente, "sabe porque é que o mandei parar", viu a batota que fiz (e tratou-se apenas de batota... não tendo sido a minha primeira vez) e decidiu ameaçar-me com uma coima (coima, coina, co... bem) de 12000 kwanzas, cerca de 120 euros, quase 200 dólares.
Ora, 12000 kwz são demais, até para mim que vim para aqui juntar dinheiro para uma caravana no parque da SFUAP na Costa da Caparica. Não tive contemplações. Peguei na catana e zás, aniquilei completamente o sujeito, que ficou para ali a esvair-se em sangue, com as visceras todas expostas, cheias de moscas e larvas a devorarem abruptamente o seu interior (bem, ou isso ou então dei-lhe 1000 kwanzas para a mão, dentro de uma folhinha dobrada ao meio).
Depois da lição continuo a fazer o mesmo. Só que agora vejo sempre há um polícia por perto ou se tenho dinheiro na carteira.
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