Porque a verdade é que nunca sabemos quando estamos a viver o melhor tempo da nossa vida.
Não conseguimos adivinhar, oh merda e como devíamos, em que momento preciso é que os sorrisos que temos, as tarde que passamos, a noites em que dormimos acompanhados – com quem? – as vezes que fazemos amor ou fod… sexo são os registos mais próximos da perfeição – sem serem perfeitos, contudo – que vamos conseguir ter para contar, anos mais tarde, a nós próprios, pelo menos.
Se soubéssemos, se tivéssemos uma ideia, uma pequena ideia, pequenina, então talvez aproveitássemos melhor esses instantes. Tiraríamos muitas fotografias, faríamos filmes e depois, no limiar, organizaríamos álbuns ou, mais moderno, passaríamos tudo para um DVD.
Dava jeito que alguém nos batesse no ombro e dissesse “olha, aproveita este ano, porque vai ser o teu melhor”. Se assim fosse, se alguém batesse no meu ombro, garanto que, durasse o tempo que tivesse que durar, eu não me queixaria de nada. Não lamentaria ter chegado ao fim do mês com menos dinheiro do que devia (contava ou queria) e ter gasto mais saldo de telemóvel do que o bom senso aconselhava a fazer. Jantaria fora todas as noites que quisesse. Andaria muito de avião. E viajaria de carro. Milhares de quilómetros. Não estaria em casa a não ser que me apetecesse estar em casa e não cuidaria de saber de ninguém, a não ser daqueles com quem realmente me preocupo. Se calhar, também é uma opção, não faria nada disso e deixava-me estar quieto a aproveitar.
Um ano melhor todos temos, mesmo sem termos nunca um ano bom. Acontece[-nos] que não sei quando será (é ou foi) esse meu melhor ano e por isso, talvez por isso mesmo, é que estou para aqui, de comando na mão, com os olhos demasiado perto da televisão, a ver a primeira temporada completa de uma série cujo nome nem sei pronunciar.
3 comentários:
É muito mais fácil reparar quando um determinado ano está a correr mal e promete ser daqueles fraquinhos, fraquinhos.
Compreendi-te perfeitamente, agora imagina isso com dez de avanço! Quantos já foram os melhores e nem sempre (quase nunca) aproveitados como deveria...
Temos de saber viver cada momento da melhor forma que conseguirmos e no final fechamos para balanço!
Este está a ser um ano de novas experiências, disso estou certa!
PS: Quando acabares as séries ainda tens milhentos filmes para devorar!
Eu cá acho que mais vale partir do pressuposto de que estamos no nosso melhor ano... e aproveitá-lo ao máximo. Mesmo que não esteja a ser fantástico, ou nem sequer bom, sabemos estamos a aproveitar o melhor dele. Sabe-se lá como vai ser o próximo! Não há nada pior do que ficar com a sensação de tempo e oportunidades desperdiçados...
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