29 de agosto de 2006
28 de agosto de 2006
Jó napot
27 de agosto de 2006
O Episódio
“Cornos pagam-se com cornos”. É este o momento mais nobre da conversa que três alentejanos mantêm no expresso que me leva de regresso a Lisboa.
Arminda, chamo-a assim, tem não mais de 45 anos, vai no segundo casamento falhado: do primeiro resultou uma filha, agora com 23; do segundo o tal “par de dois”, como diria alguém que conheço. Regressa à capital, depois de 15 dias de recordações na vila de onde, dizem-me, sai o melhor vinho de todo o Alentejo.
Os interlocutores de Arminda, dois genuínos “homens do sul”, tão marcados pelo sol, como pela ruralidade, solteiros por imposição, vão para o aeroporto. Uma viagem a terras de Vera Cruz é o pretexto ideal para manter a conversa para lá dos limites do razoável (ela há muito que fala sem vontade, como sempre acontece quando se ultrapassa a fronteira da “conversa de circunstância”).
Gosto de viajar de expresso. Uma inevitabilidade de partilhar três horas de existência com puros rurais é a oportunidade concedida ao voyeurismo descarado, nada atenuado por pudores que aqui não fazem sentido. São consequências, diria, dos espaços fechados, onde tudo se ouve e se percebe, mesmo que com a ajuda da imaginação que pede entretenimento.
Muito mais do que num comboio, grande, cheio, diverso, um expresso, pequeno, acanhado mesmo, é como que o prolongamento do Café Central. Todos os que entram conhecem os demais e há uma sensação revigorada de costume.
No fundo, pedimos um café quando entrámos e agora limpamos a borra no fundo da chávena. Só o fazemos porque estamos aqui e porque não sobra espaço para muito mais.
PS – Claro que, para lá da retórica, há a mãe que mima a filha que veste uma saia da Floribella, que não percebe como está ridícula; a hippie que não se lava e que, descalça, ocupa dois lugares; o campónio que estica as pernas para o corredor, impondo dois segundos de vassalagem senhorial a quem quer passar e o casal de turistas italianos há muito sem dinheiro para o rent-a-car.
26 de agosto de 2006
24 de agosto de 2006
Constatação alentejana
Natascha Kampusch
Segundo a polícia austríaca, Natascha Kampusch, de 18 anos, poderá ter estado encerrada durante mais de oito anos na cave de uma casa na localidade de Strasshof, nos arredores de Viena.
Segundo a jovem, o raptor [de 44 anos] deu-lhe aulas durante o cativeiro e permitiu que ouvisse rádio, mas não a deixava sair de casa."
23 de agosto de 2006
88 minutos de cinema
O Rapaz Formiga
Título original: The Ant Bully
Realizador: John A. H. Davis
Actores: Julia Roberts (Voz), Nicolas Cage (Voz), Meryl Streep (Voz)
EUA, 2006
Comentário: O Rapaz Formiga é mais um dos produtos de animação lançado pelos estúdios da terra do tio Sam neste verão. Vocês devem ser, tal como eu, do tempo em que a Disney tinha o monopólio das grandes produções de animação e lançava o seu filme por alturas do Natal.
Bem, a massificação tem desvantagens, porque se é certo que é um consolo haver desenhos animados a sair quase nos doze meses do ano (com dois picos no Verão e no Natal), a verdade é que se assiste a um fenómeno de repetição. Piadas repetidas, episódios repetidos, que provocam a sensação de "eu já vi isto antes". É como a diarreia: nunca a temos pelo mesmo motivo, mas doi sempre da mesma maneira e no mesmo sítio.
Sou eu que os vou ver a todos ou é mesmo assim?
Enfim, O Rapaz Formiga vende muito pelo nome do produtor, Tom Hanks (onde já se viu um filme onde o produtor é mais importante que todos os outros elementos da equipa?). Vão ver... não é bem mais do mesmo, não é bem original, mas é... animação... e o menino gosta.
21 de agosto de 2006
88 minutos de cinema
Realização: Luc Besson
Intérpretes: Jamel Debbouze, Rie Rasmussen, Gilbert Melki
No final, o anjo, que afinal já não é menina do 6º andar (esta piada só será percebida pelos moradores / frequentadores de certo e determinado prédio), ganha asas, literalmente, e voa ou tenta voar.
Assim, a favor: a boa interepretação dum actor com mais talento do que alguns papeis que lhe dão demonstram, Jamel Debbouze; uma cena de introspecção muito pura, rodada num wc; a magia do preto e branco.
Contra: Aquela sujeita, Rie Rasmussen.
20 de agosto de 2006
(title free)
A Marcha entre iguais
18 de agosto de 2006
E olha aqui a história bonita...
Pois, chegaram (ou quase)
descanso
substantivo masculino
1. cessação do movimento ou do trabalho;
2.repouso; sossego; paz;
3. vagar;
4. sono;
5. sítio onde se descansa;
6. peça das armas de fogo onde o cão descansa;
7. apoio; peça em que outra se apoia ou descansa; eterno descanso morte;
(Deriv. regr. de descansar)
17 de agosto de 2006
Inconstantes
16 de agosto de 2006
Piada clubística de mau gosto*
Assim se percebe o porquê do Benfica equipar de vermelho: Procura algo melhor.
*Pergunto-me: Porquê estragar este blog com piadas sobre futebol?
O Justiceiro
Mau que só ele, David Hasselhoff, o herói da mocidade.
14 de agosto de 2006
Quando os vencedores ganham mesmo
Francis Obikwelu ( medalha de ouro nos 100 m e 200 m)
E mesmo quando não se vence, há qualquer coisa na bagagem para mostrar aos amigos. Qualquer coisa mais física que a moral:
Prata: Naide Gomes (comprimento)
Prata: Equipa (maratona da Taça do Mundo)
Bronze: João Vieira (20 km marcha)
* Prestação portuguesa nos Europeus de Atlétismo, que terminaram Domingo em Gotemburgo.
É só para dizer...
12 de agosto de 2006
11 de agosto de 2006
Companhias aéreas anunciam medida radical
Um porta voz da British Airways, citado pela Reuters, confirmou a informação, dizendo que assim a probabilidade de ocorrência de atentados terroristas é muito menor. Confrontado com os eventuais transtornos para os passageiros que a decisão acarreta, Steve McCain disse entender "ser uma questão de tempo até as pessoas perceberam que um avião sem passageiros é um avião mais seguro".
9 de agosto de 2006
Boa tarde, em Sintra
8 de agosto de 2006
Adriana
7 de agosto de 2006
366 minutos de cinema
Título original: La Meglio Gioventù
Realização: Marco Tullio Giordana
Intérpretes: Luigi Lo Cascio, Alessio Boni, Adriana Asti, Sonia Bergamasco e outros
Itália, 2003
Comentário: Mais do que a história de uma família italiana, dos late 60's até aos dias de hoje, A Melhor Juventude é um retrato da itália dos últimos 40 anos. Está lá tudo: As revoluções estudantis dos loucos anos 70, o movimento comunista da década de 80, o desemprego do final do século XX. São duas partes, seis horas, de presença frente ao ecrã.
Conselho: o deleite aumenta sempre que desistam da ideia de ver mais que uma hora e meia seguida. Dividam o filme em quatro partes e parece uma mini-série.
5 de agosto de 2006
(sem tema... a não ser uma constatação que podia ficar para depois)
Haverá aqui um efeito "tragicocómico"?
4 de agosto de 2006
80 minutos de cinema
Título original: Hoodwinked: The True Story Of Red Riding Hood
Realização: Cory Edwards
Intérpretes: Glenn Close (Voz), James Belushi (Voz), Anne Hathaway (Voz)
Estados Unidos, 2005
Comentário: O meu psicólogo chamava-lhe "infância mal resolvida". A minha mãe é condescendente e o meu pai, enfim, prefere fingir que não sabe o que se passa. Sim, eu não perco um desenho animado. Continuemos.
O motivo: A reinvenção de um dos clássicos da animação - Capuchinho Vermelho. A ousadia: Fazer duma história parva, uma história moderna. Não conseguiram, digo eu! E o sono que senti é testemunha.
Capuchinho Vermelho é tecnicamente deficiente (PIXAR, oh PIXAR!). A história baseia-se num arriscado principio de repetição: O mesmo acontecimento narrado pelos diferentes intervenientes, de acordo com a sua visão do mesmo. Resulta bem uma, duas vezes, mas quatro? Oh valha-nos Deus, que Jesus Cristo já não chega!
Vale pelo esquilo (um personagem muito, muito, muito parecido ao equivalente do Pular a Cerca, da Dreamworks) e pela loira que se sentou ao meu lado e me fez convites ordinários o filme inteiro*.
* Ok, esta da loira é uma invenção pós-nupcial.
3 de agosto de 2006
"La Casa!"
2 de agosto de 2006
1 de agosto de 2006
"Vamor ouvir mais uma opinião..."
Um sinal de democracia viva? Ou de regime doente, no qual os intervenientes de base só encontram numa linha telefónica a tribuna onde se sentem verdadeiramente livres?
(sem esquecer os que participam só porque gostam de se ouvir, numa espécie de mansturbação auditiva, e os outros que falam só porque sentem que devem ter uma opinião sobre todo e qualquer assunto, mesmo que não saibam o que dizem)