Como é que alguém consegue passar 20 anos da sua vida tendo no destino de férias um factor comum a todos eles?
O Algarve é para muitos portugueses o solitário destino com o qual se vão cruzar em toda a sua vida adulta. Para a generalidade dos medianos de classe, o extremo Sul do país é o único sítio que conhecem para lá dos 50 km de raio a partir do ponto onde definham o resto do ano.
Para muitos desses infelizes, tristes por não saberem que existe mais do que caos urbano, confusão e Côte d'Azur de 4 categoria, palavras como Alentejo ou Minho soam estranho. Já ouviram falar do Alentejo mas o máximo que conhecem é a área de serviço de Grândola. Minho não é desconhecido de todo, apesar de de nunca terem passado de Vila Franca.
Custa-me entender que espécie de prazer alguém pode encontrar em dispender 15 dias e muitos euros num lugar apinhado de gente, pouco mais ordenado do que a Costa da Caparica. Não é uma questão economicista: "Eu vou para o Algarve porque não tenho dinheiro para ir para outro lado qualquer". Se há sítio caro para se estar neste país, esse sítio é o Algarve.
Trocar umas férias económicas e relaxadas na costa alentejana, por exemplo, pela desordem do 'fim do reino' é para mim dificil de compreender. Muitos vão por moda, porque são uns infelizes, porque passam o ano a ver a Doce Fugitiva. Outros irão porque é chique.
As minhas idas ao Algarve tiverem a benção de nunca se prolongarem por mais de 4 dias, suficientes porém para perceber como uma terra e um aglomerado humano pode soar, todo ele, artificial. Gente que se exibe, no fundo é isso.
Tive a sorte de ter crescido com um homem e uma mulher, meus pais, que entre tudo o que me ensinaram (e foi muito), sempre negaram a solução fácil de uma piscina e um pedaço de relva. Durante anos fizemos de Agosto mês de mapa na mão e pó no carro. Percorremos todas as terras, todas as estradas. Perdemo-nos vezes sem conta e passámos pelos lugares mais estranhos. Posso ter esquecido nomes e coordenadas mas ficou o gosto pelo desconhecido e pelo diferente.
Que se dane o vulgar.
O Algarve é para muitos portugueses o solitário destino com o qual se vão cruzar em toda a sua vida adulta. Para a generalidade dos medianos de classe, o extremo Sul do país é o único sítio que conhecem para lá dos 50 km de raio a partir do ponto onde definham o resto do ano.
Para muitos desses infelizes, tristes por não saberem que existe mais do que caos urbano, confusão e Côte d'Azur de 4 categoria, palavras como Alentejo ou Minho soam estranho. Já ouviram falar do Alentejo mas o máximo que conhecem é a área de serviço de Grândola. Minho não é desconhecido de todo, apesar de de nunca terem passado de Vila Franca.
Custa-me entender que espécie de prazer alguém pode encontrar em dispender 15 dias e muitos euros num lugar apinhado de gente, pouco mais ordenado do que a Costa da Caparica. Não é uma questão economicista: "Eu vou para o Algarve porque não tenho dinheiro para ir para outro lado qualquer". Se há sítio caro para se estar neste país, esse sítio é o Algarve.
Trocar umas férias económicas e relaxadas na costa alentejana, por exemplo, pela desordem do 'fim do reino' é para mim dificil de compreender. Muitos vão por moda, porque são uns infelizes, porque passam o ano a ver a Doce Fugitiva. Outros irão porque é chique.
As minhas idas ao Algarve tiverem a benção de nunca se prolongarem por mais de 4 dias, suficientes porém para perceber como uma terra e um aglomerado humano pode soar, todo ele, artificial. Gente que se exibe, no fundo é isso.
Tive a sorte de ter crescido com um homem e uma mulher, meus pais, que entre tudo o que me ensinaram (e foi muito), sempre negaram a solução fácil de uma piscina e um pedaço de relva. Durante anos fizemos de Agosto mês de mapa na mão e pó no carro. Percorremos todas as terras, todas as estradas. Perdemo-nos vezes sem conta e passámos pelos lugares mais estranhos. Posso ter esquecido nomes e coordenadas mas ficou o gosto pelo desconhecido e pelo diferente.
Que se dane o vulgar.
3 comentários:
É isso mesmo!Mas o Algarve não é só Albufeira, Quarteira e Vilamoura. Sagres é muito giro e Vila do Bispo tem das melhores praias (e mais vazias) que já conheci. E Aljezur, que já é Algarve, também tem belas praias.E grandes.
Sim... As zonas fora dos grandes centros são sossegadas e até bonitas. O interior algarvio oferece ótpimas sugestões de descanço.
A questão é quem eles não chegam, sequer, tão longe.
A bem dizer, ainda bem. Menos gente, mais sossego. Comam-se.
já o escrevi algures: há muitos algarves. e há principalmente o algarve quando essa gente toda não está cá. nessas alturas, até as praias de albufeira são um paraíso de descontracção. sendo algarvio, os meus pais também me incorporaram na massa do sangue esse gosto pela descoberta, partir à aventura sem destino certo. também lhes agradeço.
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