Fui, fomos, feito(s) num acto de luxuria carnal. Dois amantes perpetuaram-me, aqui e além, com movimentos suados, cuja susbtância prefiro, pudor, ignorar. Facto: da troca de fluídos saí, saímos.
Sou uma existência não questionada. Imposto à condição de mediano na escala de classes definho um perfil que não pude escolher. Sou o que sou, porque quiseram que fosse.
Os anos roubaram a inconsequência dos actos, toldaram os pensamentos e quebraram a irresponsabilidade que têm os que gastam a sola dos Nike em atrasadas corridas ao som estridente do toque das 10:30. Do tempo das tardes de Agora Escolha, sentado no canto, recanto, da mesa da sala, restam memórias. Nem tanto, talvez.
Pequenos, desejamos crescer. Depois, sem darmos por isso, num indefinido fragmento de tempo, idolatrado à data, perpetuamente odiado, trocamos o consolo refrescante do Epá, pastilha morango, por uma refeição rápida, tomada na manjedoura do povo, shopping, dizem, para parecer bem.
Queremos crescer. Crescemos e passamos o resto da vida, longa por sinal, a querer encolher os anos. Eis-nos com o ‘peso da idade’, a saber-nos aos mortos não tarda. Convencidos, porém, do inverso do verso.
Por mim, tenho saudades do multibanco da mãe e dos mil escudos do pai. Trocava sem grande desconforto, a militância da emancipação, pelo desvinculado desprimor dos 8 anos mal completos.
Não encontro particular estímulo numa vida feita de patrões peludos e empregados escravizados pela relação laboral. Falta-me a ponta da vontade de imaginar 60 anos de contas para pagar, impostos a descontar, descabimentos no suportar.
Vou trabalhar para viver, enquanto espero morrer?
Desconheço a motivação da concepção em si(m). Que a genética invente, contudo, um mecanismo de alerta precoce. Que se legisle pela Interrupção Voluntária da Concepção. Que se explique aos afoitos espermatozoides no que dá ganhar a corrida da fecundação.
Somos orçamentos a 31 dias. Nascemos na ignorância e desgraçamo-nos daí em diante.
Sou uma existência não questionada. Imposto à condição de mediano na escala de classes definho um perfil que não pude escolher. Sou o que sou, porque quiseram que fosse.
Os anos roubaram a inconsequência dos actos, toldaram os pensamentos e quebraram a irresponsabilidade que têm os que gastam a sola dos Nike em atrasadas corridas ao som estridente do toque das 10:30. Do tempo das tardes de Agora Escolha, sentado no canto, recanto, da mesa da sala, restam memórias. Nem tanto, talvez.
Pequenos, desejamos crescer. Depois, sem darmos por isso, num indefinido fragmento de tempo, idolatrado à data, perpetuamente odiado, trocamos o consolo refrescante do Epá, pastilha morango, por uma refeição rápida, tomada na manjedoura do povo, shopping, dizem, para parecer bem.
Queremos crescer. Crescemos e passamos o resto da vida, longa por sinal, a querer encolher os anos. Eis-nos com o ‘peso da idade’, a saber-nos aos mortos não tarda. Convencidos, porém, do inverso do verso.
Por mim, tenho saudades do multibanco da mãe e dos mil escudos do pai. Trocava sem grande desconforto, a militância da emancipação, pelo desvinculado desprimor dos 8 anos mal completos.
Não encontro particular estímulo numa vida feita de patrões peludos e empregados escravizados pela relação laboral. Falta-me a ponta da vontade de imaginar 60 anos de contas para pagar, impostos a descontar, descabimentos no suportar.
Vou trabalhar para viver, enquanto espero morrer?
Desconheço a motivação da concepção em si(m). Que a genética invente, contudo, um mecanismo de alerta precoce. Que se legisle pela Interrupção Voluntária da Concepção. Que se explique aos afoitos espermatozoides no que dá ganhar a corrida da fecundação.
Somos orçamentos a 31 dias. Nascemos na ignorância e desgraçamo-nos daí em diante.
1 comentário:
Não tem nada a ver com este post, o meu comnetário. Gosto do pinguim ali ao lado. Gosto. É assim redondito e riquinho! Pronto, já disse.
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