2 de janeiro de 2008

Serviço de Atendimento Permanente


O encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente, um pouco por todo o país, é o mais recente espelho do desconhecimento dos decisores políticos do conceito de "serviço público", ou pelo menos da sua real amplitude.

O acesso ao Serviço Nacional de Saúde enquadra-se num conjunto de condições que o cidadão entende (e justamente) como fazendo parte do leque de serviços que compõem o exercício da sua cidadania. Saúde, justiça e segurança.

Ao negar a proximidade, em horário nocturno, à médico lá da vila, o que o Governo consegue, em troca de uma poupança pouco expressiva no orçamento anual, é criar nas pessoas uma sensação de desamparo.

Para quem vive a 40 km da cidade mais próxima, adormecer sabendo que o médico está de serviço pode ser tranquilizador. Mesmo que, em caso de aperto, o sujeito cuide apenas de fazer o óbvio: transferir o paciente para a unidade central mais próxima, porque ali não tem meios para fazer coisa nenhuma.

Se eu tiver um AVC ou se me parar máquina, uma visita ao Dr. Miguel, por mais simpático que seja "e que Deus o proteja para todo o sempre, que é uma joia de pessoa", mais não servirá do que para atrasar a assistência que só encontrarei num Hospital.

Claro que isto não desculpa a incompetência de quem governa. Aliás, espanta-me o desconhecimento manifesto do princípio que mantém o poder político há séculos: Pão e Circo!

1 comentário:

gralha disse...

Já me pronunciei sobre o mesmo assunto. Não faz mesmo sentido... Só serve para incomodar o pessoal.