18 de junho de 2008

A fé

Ao passar os olhos pelo Jornal de Notícias, uma crónica de Mário Crespo. Dela, este excerto: "... tenho o enorme problema de não conseguir acreditar. Na penumbra do confessionário, não vi a expressão de Cedric Myerscough. Houve uma pequena pausa hesitante antes da resposta que, quando veio, saiu num tom quase de monólogo "...mas acreditar é o prémio no fim. É preciso procurar com intensidade. Nada é assim tão fácil. É como tudo. É preciso insistir na busca e depois haverá o prémio... I think (acho eu)."

Sou movido pela fé. Nem sempre, claro. Sou movido pela minha, que essa "dos homens" será, quanto muito, a deles.

O que é a fé? Um acto pessoal de crença. Se acredito, se sinto, sigo. Podia ter fé sem acreditar na Palavra. Acontece que acredito e por isso a minha fé provém dela. Sinto-me seguro enquanto penso que cumpro um desígnio. Ter fé não é difícil. Aliás, ter fé dá até muito jeito, se dela fizermos uso, na altura de justificar uma opção errada que tomámos.

Difícil é viver segundo a fé que professamos. A fé, a que tem origem na Palavra, implica um exercício de sacrifício, executado entre quem a tem e quem a dá. Não são ordens, são pedidos, . Mas são solicitações que exigem disponibilidade. Não é mau tentar viver assim. Dá algum sentido a coisas que não têm sentido nenhum.

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