Se há coisa que detesto são refeições partilhadas com pessoas com as quais não tenho confiança. Não é o facto de comer calado que me chateia, mas antes o saber que o silêncio que se criou é o resultado de uma total ausência de assunto de conversa. É por isso que evito partilhar a hora de almoço ou de jantar com gente que nada mais tem para me oferecer que não 60 minutos de nervos.
Do que é que se fala, quando não se tem nada para dizer?
Sou um mestre nas desculpas rápidas e com facilidade esquivo-me a factos que pareciam absolutamente consumados. Não é para me gabar, mas em poucos segundos consigo inventar uma história libertadora. Algumas são tão fabulosas que eu chego a acreditar viver nesse mundo de fantasia.
Quando não há escapatória possível, o que sobra é ter coragem. No caminho para o restaurante (se no carro do carrasco, ainda pior) procuro construir, mentalmente, umas linhas de conversa. Não podem ser demasiado genéricas, para que não me seja descoberta a careca. Não podem ser demasiado profundas, porque posso ficar a leste num instante. Temas ali no meio-termo. Se é um colega de trabalho (ou mesmo um chefe ou patrão), a vida da empresa é garantida e aqui sim, torno-me na mais hipócrita das pessoas. Escolho muito bem as palavras e nunca me comprometo.
Lá diz o ditado. "Mais vale só..." enfim, vocês sabem o resto.
* E é isto. Desculpem, mas com este calor não dá para mais.
Do que é que se fala, quando não se tem nada para dizer?
Sou um mestre nas desculpas rápidas e com facilidade esquivo-me a factos que pareciam absolutamente consumados. Não é para me gabar, mas em poucos segundos consigo inventar uma história libertadora. Algumas são tão fabulosas que eu chego a acreditar viver nesse mundo de fantasia.
Quando não há escapatória possível, o que sobra é ter coragem. No caminho para o restaurante (se no carro do carrasco, ainda pior) procuro construir, mentalmente, umas linhas de conversa. Não podem ser demasiado genéricas, para que não me seja descoberta a careca. Não podem ser demasiado profundas, porque posso ficar a leste num instante. Temas ali no meio-termo. Se é um colega de trabalho (ou mesmo um chefe ou patrão), a vida da empresa é garantida e aqui sim, torno-me na mais hipócrita das pessoas. Escolho muito bem as palavras e nunca me comprometo.
Lá diz o ditado. "Mais vale só..." enfim, vocês sabem o resto.
* E é isto. Desculpem, mas com este calor não dá para mais.
3 comentários:
Como te entendo... Ainda ontem tive um almoço com uma pessoa assim. Se calhar, se tivesse comido com uma múmia, tinha sido mais divertido! Pelo menos, podiamos falar da última têndencia, em matéria de ligaduras...
:)
Bjs!
Pois eu nem me dou ao trabalho porque não me sinto desconfortavel com os silêncios supostamente desconfortáveis. O silêncio é tão bonito. Vamos todos proteger o silêncio, esse ser em vias de extinção.
E hoje, tive mais um desses almoços reconfortantes... Qualquer dia, estou licenciada em egiptologia, especialmente mumificações...
Aaaahhhh!!!!
:)
Bjs!
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