Passeava-me ontem por Évora e decidi, porque não conhecia o monumento, visitar a Sé. Ao chegar à porta, qual não é o meu espanto quando verifico que o acesso ao interior está sujeito ao pagamento de um determinado valor. De resto, uma fila de turistas formava-se até à “recepção”.
Convencido de que apenas se pagaria para visitar uma determinada parte museológica do espaço, observo mais atentamente o preçário. Não. Afinal, a primeira impressão estava certa: Queres ver Cristo? Então abre aí a carteira.
Não é a primeira vez que, em Portugal, assisto a tal fenómeno. Nesta, como noutras situações, virei as costas e desci a rua.Acho ofensivo, irónico até, que o acesso a um lugar sagrado seja, desta forma, vilipendiado.
Que se cobre o acesso a determinadas partes – dessacralizadas – da “casa do Senhor”, mas que não se vede o acesso gratuito e livre ao altar.
Visto ter passado, a bem da pureza da fé, o tempo da dízima, os profetas de Évora conseguiram encarnar, com mestria, a figura bíblica dos vendilhões do templo. Pois que o são eles próprios.
Argumentará, por certo, o douto clero, que durante as cerimónias religiosas as portas estão livremente abertas. Então o catolicismo só acontece com hora marcada?
Dirão ainda, achando-se na posse da razão, que a contribuição é a forma encontrada para manter o monumento. Mentira, pois que são mais que muitas as capelas, igrejas e catedrais deste país que estão abertas e estimadas, sem que para isso recorram à ingenuidade dos visitantes mais incautos.
Perante tão frouxas justificações, digo eu que aquilo que aqui se trata é da usurpação de um património que, erigido pelo Homem, ao Homem não pertence.
Convencido de que apenas se pagaria para visitar uma determinada parte museológica do espaço, observo mais atentamente o preçário. Não. Afinal, a primeira impressão estava certa: Queres ver Cristo? Então abre aí a carteira.
Não é a primeira vez que, em Portugal, assisto a tal fenómeno. Nesta, como noutras situações, virei as costas e desci a rua.Acho ofensivo, irónico até, que o acesso a um lugar sagrado seja, desta forma, vilipendiado.
Que se cobre o acesso a determinadas partes – dessacralizadas – da “casa do Senhor”, mas que não se vede o acesso gratuito e livre ao altar.
Visto ter passado, a bem da pureza da fé, o tempo da dízima, os profetas de Évora conseguiram encarnar, com mestria, a figura bíblica dos vendilhões do templo. Pois que o são eles próprios.
Argumentará, por certo, o douto clero, que durante as cerimónias religiosas as portas estão livremente abertas. Então o catolicismo só acontece com hora marcada?
Dirão ainda, achando-se na posse da razão, que a contribuição é a forma encontrada para manter o monumento. Mentira, pois que são mais que muitas as capelas, igrejas e catedrais deste país que estão abertas e estimadas, sem que para isso recorram à ingenuidade dos visitantes mais incautos.
Perante tão frouxas justificações, digo eu que aquilo que aqui se trata é da usurpação de um património que, erigido pelo Homem, ao Homem não pertence.
Sem comentários:
Enviar um comentário