13 de fevereiro de 2009

As namoradinhas dele

A Susana Moreira, a amiga que conservo há mais anos (mais de 20), disse-me certa vez uma frase que me chateou profundamente. Estávamos a tomar café numa esplanada de Lisboa, a poucos dias de eu vir para Angola, e ela catalogou-me em poucas palavras: “Não gosto nada do teu lado namoradeiro”. A conversa irritou-me de tal forma que forcei o fim do encontro. É que, conhecendo-me como conhece, a Susana tinha obrigação de saber que verdades desagradáveis chateiam-me muito.

Até aos meus 18 anos fui namoriscando aqui e acolá, até com a própria da Susana, mas sempre de forma inconsequente, muito infantil, mesmo. Era o protótipo do perfeito totó.

Foi por essa altura que conheci uma outra Susana (eu e elas, já o escrevi aqui). Namorámos durante largos anos. Ainda hoje a minha família – parte dela, pelo menos – guarda em relação a esta moça um carinho especial. Talvez seja porque não imaginam, sequer, que além do Nuno ela foi tendo companhias paralelas… para não se cansar, presumo.

Curioso que foi com ela que descobri o efeito de umas graçolas junto de miudas gordinhas de óculos. Entre aquelas de quem fugi e aquelas com quem me envolvi vai um número par, e não é o dois (nem o quatro).

Houve uma Elsa (ah, desta não faziam ideia, aposto!) e uma Marta. Aliás, a Marta bateu tão forte que cheguei a achar sensato esquecer que tinha família e amigos (não é Diana, minha querida?).

Depois da Marta passei de raspão na A. (reparem como deixo de ser capaz de escrever os nomes… Continuas a ler o blog, não é?). E foi mesmo só de raspão, até porque não houve tempo para mais. Foi óptimo para aprender uma coisa: existe uma diferença grande entre paixão e, como é que se diz… isso.

(Notem que não estou a ser exaustivo na lista)

A seguir à A. apareceu a C. E aqui fui tudo aquilo que um homem não deve ser: cobarde e irresponsável. A C. foi a mulher que mais me respeitou (grande erro, eventualmente) e eu portei-me muito mal com ela. Trouxe-a como namorada para Angola e saí da Portela com a certeza de que seria uma questão de tempo até esgotar o que havia e que afinal não era assim tanto. Não só não achei necessário dize-lo, como esperei – sentado – que o tempo, o silêncio e o [meu] desprezo (desprezo, menino?) tratasse do assunto. E tratou. Tratou à bruta. É que – outra lição – eu não sou obrigado a gostar de alguém, não sou obrigado a ficar com uma pessoa, não o devo fazer por caridade (“eu não sou a Santa Casa”), mas devo à moral - não à minha, antes à das pessoas com quem me envolvo – a coragem de, pelo menos, assumir as minhas decisões e concretiza-las, sem precisar da ajuda do relógio.

Aqui em Luanda… 


4 comentários:

Anónimo disse...

Dizem que o respeito se conquista! Mas quem é que nunca "desprezou" alguém com preguiça de assumir escolhas? Acontece a todos my dear...
Em relação a Luanda... Aguenta coração e o que tiver de ser será LOL!

Leididi disse...

E é isto. Vai apontando o que aprendes, que é para não te esqueceres, sim?

Anónimo disse...

Gostei... gostei das verdades e do assumir das verdades e gostei mais um bocaidnho de ti!

Beijo!

Anónimo disse...

olha lá!!! que raio se passa? eu escrevo comentários e tu n aceitas???