Tive a sorte de crescer numa família no clássico sentido do termo. Longe das novas configurações, fiz-me homem numa casa com uma mãe, um pai e um irmão. Também tive cães, gatos, pássaros e peixinhos.
Como em todas as famílias tradicionais (à moda antiga, se preferirem) fiz parte, como protagonista, integrante ou espectador, de episódios mais ou menos agradáveis. Vi os meus pais particularmente felizes, ou inversamente chateados. Ficaram zangados comigo, embora em número inferior às vezes em que os soube orgulhosos.
Não sei se estas vivências terão feito de mim uma pessoa mais feliz. Tenho a certeza que fizeram de mim aquilo que eu sou.
Sei também que nunca aceitarei menos do que aquilo que os meus pais simbolizam: um casal feliz, que ao fim de quase 30 anos de casamento continua sem acusar o peso de três décadas a partilhar tudo, do essencial ao acessório.
Assumo hoje que serei sempre muito exigente comigo próprio, com a pessoa que estiver ao meu lado e com o que isso representar. É pelos meus pais que me comprometo a ser mais do que um aluno "satisfaz" na escola da vida a dois. Reconheço que isso significará dissabores: não é fácil encontrar quem fale exactamente a nossa língua.
Não me tenho por ingénuo ao ponto de achar que casamentos e relações são [sempre] para sempre. Mas sou assertivo o suficiente para entender que enquanto duram devem ser levados a sério, fora e dentro deles.
Contas e férias separadas não entram na minha escala de valores. Tentar ser feliz com alguém implica abnegação e disponibilidade. Depende da capacidade de aceitar dar o mesmo que se espera receber. Quem me quiser terá de querer dividir mais do que a cama e a Tv Cabo. Sonhos, projectos, alegrias e frustrações também serão partilhados.
Posso passar muito tempo sozinho - todo um tempo futuro, talvez - mas não aceitarei nunca ser metade de mim, só porque alguém não me quer por inteiro.
Este texto é uma homenagem aos meus pais e ao que de mais valioso - sem darem por isso - me ensinaram. Obrigado a eles.
Como em todas as famílias tradicionais (à moda antiga, se preferirem) fiz parte, como protagonista, integrante ou espectador, de episódios mais ou menos agradáveis. Vi os meus pais particularmente felizes, ou inversamente chateados. Ficaram zangados comigo, embora em número inferior às vezes em que os soube orgulhosos.
Não sei se estas vivências terão feito de mim uma pessoa mais feliz. Tenho a certeza que fizeram de mim aquilo que eu sou.
Sei também que nunca aceitarei menos do que aquilo que os meus pais simbolizam: um casal feliz, que ao fim de quase 30 anos de casamento continua sem acusar o peso de três décadas a partilhar tudo, do essencial ao acessório.
Assumo hoje que serei sempre muito exigente comigo próprio, com a pessoa que estiver ao meu lado e com o que isso representar. É pelos meus pais que me comprometo a ser mais do que um aluno "satisfaz" na escola da vida a dois. Reconheço que isso significará dissabores: não é fácil encontrar quem fale exactamente a nossa língua.
Não me tenho por ingénuo ao ponto de achar que casamentos e relações são [sempre] para sempre. Mas sou assertivo o suficiente para entender que enquanto duram devem ser levados a sério, fora e dentro deles.
Contas e férias separadas não entram na minha escala de valores. Tentar ser feliz com alguém implica abnegação e disponibilidade. Depende da capacidade de aceitar dar o mesmo que se espera receber. Quem me quiser terá de querer dividir mais do que a cama e a Tv Cabo. Sonhos, projectos, alegrias e frustrações também serão partilhados.
Posso passar muito tempo sozinho - todo um tempo futuro, talvez - mas não aceitarei nunca ser metade de mim, só porque alguém não me quer por inteiro.
Este texto é uma homenagem aos meus pais e ao que de mais valioso - sem darem por isso - me ensinaram. Obrigado a eles.