O problema é o sentimento de impunidade. Quantos portugueses acham que José Sócrates e os seus cachicos se imiscuíram nos critérios editoriais de órgãos de comunicação social? Muitos. Quantos portugueses acreditam que da Comissão de Inquérito, criada no Parlamento, sairão resultados conclusivos? Muito poucos.
A dinâmica de "deixa andar" com que a classe política gere a agenda dos escândalos, que se abatem sobre os seus mais destacados dirigentes, é gregoriante. O país está cheio de figuras a quem a justiça não chega.
O mais revoltante não é fulano de tal ser ou ter sido, em dado momento, corrupto, indecoroso, pouco digno. Todas as famílias têm as suas ovelhas negras. Profundamente inquietante é nós sabermos, à partida, que "não vai dar em nada", que uma suspeita não passará disso mesmo. E, pior, estamo-nos a borrifar.
A nossa passividade, a nossa incapacidade de sair às ruas, de exigir responsabilidades, de fazer questão que, aqueles que nos dirigem, sob os quais existem suspeitas (suspeitas deveriam bastar), saiam pela porta pequena, está a dar cabo do conceito de país sobre o qual nos falam os livros de história (qualquer dia só nos compêndios seremos grandes).
Não há ninguém - muitas vozes a uma só - capaz de cumprir o desígnio de, cara a cara, dizer aos medíocres que povoam o mais alto espaço político: "se queres fo%&# alguma coisa, arranja uma charolesa e vai-lhe por trás, mas deixa o meu país sossegado!"
Se me irritam os governantes, os governados irritam-me muito mais.
A dinâmica de "deixa andar" com que a classe política gere a agenda dos escândalos, que se abatem sobre os seus mais destacados dirigentes, é gregoriante. O país está cheio de figuras a quem a justiça não chega.
O mais revoltante não é fulano de tal ser ou ter sido, em dado momento, corrupto, indecoroso, pouco digno. Todas as famílias têm as suas ovelhas negras. Profundamente inquietante é nós sabermos, à partida, que "não vai dar em nada", que uma suspeita não passará disso mesmo. E, pior, estamo-nos a borrifar.
A nossa passividade, a nossa incapacidade de sair às ruas, de exigir responsabilidades, de fazer questão que, aqueles que nos dirigem, sob os quais existem suspeitas (suspeitas deveriam bastar), saiam pela porta pequena, está a dar cabo do conceito de país sobre o qual nos falam os livros de história (qualquer dia só nos compêndios seremos grandes).
Não há ninguém - muitas vozes a uma só - capaz de cumprir o desígnio de, cara a cara, dizer aos medíocres que povoam o mais alto espaço político: "se queres fo%&# alguma coisa, arranja uma charolesa e vai-lhe por trás, mas deixa o meu país sossegado!"
Se me irritam os governantes, os governados irritam-me muito mais.
2 comentários:
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As tuas palavras ilustram a vontade de muitos portugueses, mas no fundo somos um país de brandos costumes onde o "comer e calar" se sobrepõe à grandeza daquilo que já fomos. Pode ser que um dia façamos um novo 25 de Abril... um dia!
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