7 de janeiro de 2011

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Como dize-lo? Ao olhar para os candidatos a Presidente da República, a única coisa que me vem à cabeça é que são todos uma grande merda.

Por brincadeira, criei no Facebook, em Janeiro ou Fevereiro do ano passado, um grupo de "apoio à candidatura de Marinho Pinto à presidência da república". Disparate como era, a iniciativa acabou por resultar num grande fracasso e não convenceu mais do que 188 (número de hoje) pessoas. A julgar pelos comentários, também eles não em grande número, deixados no mural, a maior parte daqueles que se juntaram ao movimento fizeram-no, nem tanto pela seriedade (inexistente) da proposta que ali fiz, mas mais pela vontade de mudar o estado da arte.

Se o Marinho Pinto se tivesse candidato não votaria nele. As pessoas devem estar no lugar certo. E a algumas caberá apenas e sempre o papel de cornetas. Nenhum mal nisso. Pinto cumpre a sua missão justiceira com grande sabedoria. Faltar-lhe-à, eis o problema, algum poder de concretização: capacidade que, talvez por não o conhecer para lá das câmaras de televisão e de um encontro fugaz, longínquo no tempo, nunca lhe descortinei.

A verdade é que, não votando nele (no hipotético cenário de), também não vou votar em ninguém. Diga-se: vivendo fora de Portugal, nem sequer me recenseei, o que faz de mim um cidadão desprezível, aliás.

Cavaco irrita-me. Como pode um homem que é uma figura central da vida política portuguesa do pós-25 de Abril conservar ainda a postura de quem não tem nada a ver com a merda em que isto se tornou?

Alegre entristece-me. Há cinco anos, quanto votei em ti, paspalho, fizeste-me acreditar, estúpido eu, que apesar da tua história partidária conservavas o discernimento necessário para te afirmares como um homem acima das convenções. Afinal, não. Como se um partido não te bastasse, arranjaste dois! E que dois. Amigos que eles são, pá.

Fernando Nobre urtica-me (de urticária, percebem?). Então, andou meia vida a apregoar valores humanistas, solidários e de partilha e afinal era isto que ele queria? Talvez esteja a ser pouco justo, mas reconhecerão que andar a fazer campanha à custa dos desgraçadinhos que ajudou, como se a AMI fosse uma sociedade unipessoal, não me parece um grande exemplo. Para mais, reparem na quantidade de vezes que, em discursos, debates e entrevistas, Nobre se refere "à capacidade e disponibilidade para ouvir os outros", atributos que lhe terão dado "uma ampla compreensão do mundo e das sociedades humanas".

Francisco Lopes, Defensor Moura e aquele outro rapaz da Madeira, não me merecem, sequer, comentários. Lopes merece-me todo o respeito. Acompanhei de perto alguma das suas campanhas, enquanto candidato à Assembleia da República, mas não me consigo ligar a um candidato (realidade extensível a Moura e ao outro) que têm como único propósito - assumido e proclamado - forçar uma segunda volta. É que não me identifico com perdedores, embora alguns me partam o coração.

2 comentários:

Ana C. disse...

Eu contorço-me de cada vez que vejo um dos nossos brilhantes candidatos, como se tivesse vergonha por eles, por nós. Caraças que miséria, que tristeza desprezível é esta campanha.

Alda Couto disse...

Não está fácil a escolha, não :(