15 de agosto de 2007

O exagero ou o piroso

O video é do final de Julho e nele vemos a jornalista da RTP, Márcia Rodrigues, a entrevistar o embaixador do Irão em Portugal. Como sabem, no Irão, de acordo com a lei islâmica, as mulheres são obrigadas a cobrir a cabeça e a usar luvas, devendo vestir-se com cores escuras. A jornalista portugesa achou que tal seria necessário... em Portugal.

Confesso que a entrevista passou-me completamente ao lado, contudo fiz agora uma rápida pesquisa e encontrei uma notícia do Diário de Notícias onde é dito que "fonte da embaixada do Irão em Lisboa garante que não foram dadas quaisquer indicações à jornalista sobre a forma como ela deveria vestir". Faz sentido.

Afinal, Lisboa não é Teerão e não faria sentido uma representação diplomática exigir determinada indumentária, porque no seu país assim determina a lei e a moral.

Pessoalmente, parece-me tudo muito descabido.
Quis impressionar? Chamar a atenção? Deu-lhe uma diarreia mental? Queria ir de férias para o Irão e como não pode dá largas à imaginação? Converteu-se?

Vejam o video e digam de vossa justiça.

2 comentários:

Anónimo disse...

Eu vi a entrevista na televisão, ainda que não desde o início, e convenci-me que se tinha dado por lá! Gostei da entrevistadora, surpreendeu-me. Se calhar foi essa a intenção dela. Sabendo que a entrevista teve lugar em Lisboa a coisa muda um pouco de figura. Mas, ainda assim, será que se pode pensar que foi por respeito ao entrevistado?

Nuno Andrade Ferreira disse...

Não existe nenhuma norma que diga o que deve ser feito nestes casos. Fica ao critério do jornalista perceber onde fica a linha que marca a diferença entre o respeito pelo entrevistado e o respeito por si próprio.

Sejamos práticos... Em Lisboa, pais leigo, onde não existem regras de indumentária, porquê adoptar um estilo que não só não é o seu, como causa até algum embaraço?

Para não "chocar" o entrevistado, chocamos o espectador? Ou é apenas show off da entrevistadora?

Pessoalmente, como é óbvio pelo post, discordo inteiramente. Cada um é como cada qual. Os Portugueses são andam de soca e túnica, certo? Não é por isso que impedimos os muçulmanos de andar. Não podemos permitir o contrário... para mais num acto de voluntarismo duvidoso.