Tenho dois amigos que resolveram fazer dos seus blogs um muro das lamentações e agora ocupam-se a mandar recados para um lado e para o outro. Os blogs são um belo sítio para se dizer uma série de coisas. Dificilmente serão o spot ideal para falar de relações que vão de mal a pior. Uma vez que o ditado "entre marido e a mulher..." foi à vida, levado pela publicidade gratuita feita à discórdia, vou-me mesmo meter ao barulho. Se não gostam, tivessem tratado dos vossos problemas num sítio que não a internet, para toda a gente ler e... comentar!
Estes meus amigos apaixonaram-se e, como sempre acontece quando as pessoas se apaixonam, achavam que o mundo é um sítio espectacular. No fundo, é como se não houvesse guerra do Iraque, não tivesse existido uma prisão em Guantanamo e o 11 de Setembro assinalasse apenas a morte de Salvador Allende.
Ora, acontece que – ironia, rapazes – as Torres caíram, o pessoal foi torturado em Cuba e os iraquianos continuam a matar-se na rua. Tudo tão certo como a menstruação vir uma vez por mês e a paixão ser só um estado de espírito.
Como nem um nem outro estão, aparentemente, na puberdade, já se terão apaixonado umas dezenas de vezes ao longo da vida: por uma noite ou uns meses. Porque a experiência é uma óptima conselheira, deveriam saber que a paixão acaba e que as grandes decisões, aquelas para a vida, não se tomam antes do seu fim.
Não foi isso que fizeram.
Entretidos, iludidos e aparvalhados pelo admirável mundo, tão perfeito que nem o Louis Armstrong chegou tão longe, acharam que “ia ser para sempre” e escreveram e disseram um ao outro coisas de que agora devem ter vergonha. Eu teria, pelo menos.
Ao que parece, uns escassos seis meses terão bastado para perceberem que “desculpa lá, não dá”. Nada de novo ou especialmente grave, não estivessem, desde há 15 dias, a viver debaixo do mesmo tecto. Foram espertos, portanto. Primeiro compraram os móveis, depois descobriram que “têm objectivos diferentes”.
Eu acho que eles são umas bestas. Ele, porque já não é nenhum garoto e devia saber que o que fica é o etéreo e não o material que tanto persegue. Diz que vive para o trabalho, mas vai mudar de opinião no dia em que partir uma perna. Não será um “filho da puta”, só um bocado cabrão. Além de que precisa de aprender a respeitar as outras pessoas. Não é elegante gingar com a vida dos outros e torna-los parte da nossa se o que queremos é só entretenimento. Ela, porque é ainda mais velha e só por efeito de drogas a acho capaz de se deixar levar de forma tão ingénua.
Este é o problema da paixão: é passageira. Este é o vosso problema: precipitaram-se. E esta é a vossa solução: vendam o recheio da casa no e-bay.
Estes meus amigos apaixonaram-se e, como sempre acontece quando as pessoas se apaixonam, achavam que o mundo é um sítio espectacular. No fundo, é como se não houvesse guerra do Iraque, não tivesse existido uma prisão em Guantanamo e o 11 de Setembro assinalasse apenas a morte de Salvador Allende.
Ora, acontece que – ironia, rapazes – as Torres caíram, o pessoal foi torturado em Cuba e os iraquianos continuam a matar-se na rua. Tudo tão certo como a menstruação vir uma vez por mês e a paixão ser só um estado de espírito.
Como nem um nem outro estão, aparentemente, na puberdade, já se terão apaixonado umas dezenas de vezes ao longo da vida: por uma noite ou uns meses. Porque a experiência é uma óptima conselheira, deveriam saber que a paixão acaba e que as grandes decisões, aquelas para a vida, não se tomam antes do seu fim.
Não foi isso que fizeram.
Entretidos, iludidos e aparvalhados pelo admirável mundo, tão perfeito que nem o Louis Armstrong chegou tão longe, acharam que “ia ser para sempre” e escreveram e disseram um ao outro coisas de que agora devem ter vergonha. Eu teria, pelo menos.
Ao que parece, uns escassos seis meses terão bastado para perceberem que “desculpa lá, não dá”. Nada de novo ou especialmente grave, não estivessem, desde há 15 dias, a viver debaixo do mesmo tecto. Foram espertos, portanto. Primeiro compraram os móveis, depois descobriram que “têm objectivos diferentes”.
Eu acho que eles são umas bestas. Ele, porque já não é nenhum garoto e devia saber que o que fica é o etéreo e não o material que tanto persegue. Diz que vive para o trabalho, mas vai mudar de opinião no dia em que partir uma perna. Não será um “filho da puta”, só um bocado cabrão. Além de que precisa de aprender a respeitar as outras pessoas. Não é elegante gingar com a vida dos outros e torna-los parte da nossa se o que queremos é só entretenimento. Ela, porque é ainda mais velha e só por efeito de drogas a acho capaz de se deixar levar de forma tão ingénua.
Este é o problema da paixão: é passageira. Este é o vosso problema: precipitaram-se. E esta é a vossa solução: vendam o recheio da casa no e-bay.
11 comentários:
Tenho pena que tenha sido por aqui que tudo acabou! Errei em muita coisa. Errei e assumo! Vou apagar os post porque so me lembram o que fiz de errado.
Obrigado por continuares ai!
E portanto, depois desta espectacular narrativa, perdeste dois amigos, não?
Adorei este post!!!!!!!
e tu vê lá se das noticias de forma mais directa ok??
Dizemos coisas muito ridiculas quando gostamos (ou achamos que gsotamos) e depois é o cabo dos diabos para nos livrarmos disso... É o preço a pagar pela www.
Mas as coisas deviam, supostamente, acalmar com o tempo. Mas, pelos vistos, não.
Imperdoável é alguém fazer-nos pensar que somos parte da sua vida... isso sim é imperdoável. Ainda mais com consciência. Mas acontece...
é assim tão grave que a internet tenha sido o sitio escolhido?
afinal para que existem os blogs?
leiam, partilhem, referenciem. pode servir de consolo se estiverem na mesma situação...pode servir para que outros não se precipitem...
acho que materialismos e drogas á parte, as relações ás vezes resultam.
outras não.
recheio da casa, anular o contrato de arrendamento, cancelar o da água ou da luz, não são um problema.
magoar alguém sim.
Senti aqui um misto de Carrie Bradshaw e Dr. Phill...quase dava um filme!
Que visão tão fria do assunto...
:)
Pode ser uma maneira um pouco fria de ver o assunto, mas eu prefiro pensar que ´´e uma maneira sensata. Concordo com as tuas palavras.
:)
Adorei o post! Acho que devias ser promovido ao novo Dr.Phil :D
Descobri hoje este blog.
A voltar, sem dúvida :)
Bem, eu sou uma amiga "especial" da Andorinha, conheço-a melhor que todos vocês e orgulho-me disso, pois nao é todos os dias que temos o previlegio de ter uma amizade de alguns 20 anos. Fui de férias e estou a actualizar as minhas leituras e estou estupecfacta, apesar de estar ao corrente da situação nunca pensei que "ele" fizesse tal coisa num blog... e para nao me alargar mais, faço das minhas palavras as suas, que tão bem foram escritas. carla
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