24 de agosto de 2009

Keppy

Andava no oitavo ano quando o Keppy foi lá para casa. Era um cão de rua, com alguns meses, que alguém apanhou algures em Corroios, uma terriola ao pé da minha. Castanho, orelhas compridas, olhos tapados por umas farripas características e um ar pachorrento, como ele próprio, de resto.

Gordo, especialmente burro, o Keppy nunca aprendeu a correr, a caçar ou a fazer "gracinhas". Uma vez apanhei-o a correr atrás da sombra de umas pombas. Ia tão entretido que se espetou contra uma grade.

Ciumento que só ele, tentou sempre proteger o seu território, ladrando a quem se afigurava uma ameaça. Nunca teve grande efeito, mas também nunca desistiu.

Já na meia idade arranjou um amigo, Óscar, o gato.

Sempre fez grande viagens de carro, sempre comeu bem (e daí o peso exagerado) e raramente deu problemas.

Os cães pequenos (como ele) nunca lhe interessaram. Sempre adorou cães grandes, não para brincar com eles, mas para lhes fazer frente. Magoou-se de todas as vezes.

O Keppy era o meu cão. O Keppy morreu hoje e eu não o vou voltar a ver.

5 comentários:

Alda Couto disse...

Bom, já escrevi e já apaguei um bom número de palavras, por isso o melhor é ficar o silêncio, e a minha solidariedade. Já passei por isso. Várias vezes.
Um beijinho

Anónimo disse...

Assim que li keppy no "avisador" que tenho dos meus blogs favoritos, às 5 e 15 da manhã, a minha intuição não me traíu. Não sei porquê. Foi um feeling. Pega no teu tiriri e tira uma foto daquela foto que tens pendurada na parede e coloca-a aqui para todos nós, para ti e para ele, pois uma vez que a foto aqui chegue, ele passará, e para sempre, a "Marchar" até à meta. Contigo. Connosco. Com a NOSSA vida. Como diz uma amiga " acendeu-se mais uma estrelinha no céu dos cães ". É esse que quero para mim. Sei que choraste. Conheço-te. Sei. Ainda bem. E agora? Agora tens a kalula. O Keppy iria adorar conhecê-la pá. Iría ficar feliz se o lugar dele fosse agora ocupado por ela. Não hesites sabes pq? Porque quando choramos pelo BEM, guardamos um sorriso único e intransmissivel para sempre.
Até a mim que só o vi sempre por fotografia, todos os dias de uma das mais importantes fases da minha vida, esse gordo Keppy me fez sorrir e agora me deixa em vazio. RIP

andorinhaavoaavoa disse...

Um dia tive um gatinho, que depois se tornou um gatão e me fez companhia durante 13 anos. Chamava-se Faneca e já morreu há dois anos! Por vezes ainda sinto a falta do seu carinho. Força amigo!

You know who disse...

Fuck...

Anónimo disse...

Só vi agora...
Um beijo. Grande.