22 de maio de 2013

Mindelo, 22 de Maio de 2013

Martim Neves é a nova coqueluche das redes sociais. O jovem, convidado do Prós e Contras desta segunda-feira, protagoniza um video em que 'arruma' com uma professora universitária quando esta o questiona sobre os salários dos operários da fábrica onde são feitas as roupas que desenha. Tem razão em algumas coisas, estará certo quando diz que é preferível os trabalhadores ganharem 500 euros a estarem desempregados, mas não posso deixar de registar a aparente soberba com que o faz. 

Um empreendedor moderno é aquele que deseja o melhor para si e para a equipa, sem fazer a exaltação da miséria (leitor do P3 que me insultou, este sim), como um mal menor, porque a alternativa era uma miséria ainda maior.

Sei pouco sobre Martim Neves. Tem 16 anos, teve uma ideia que pôs em prática. É um bom princípio e, por si, um bom exemplo. Sei também que Martim Pereira Neves é sobrinho do Primeiro-Ministro de Cabo Verde e que a família a que pertence está social e economicamente numa situação privilegiada. E boas condições de partida são sempre uma vantagem.

Nada disto lhe tira o mérito, mas ajudará a perceber melhor o contexto. 

Fazemos heróis demasiado depressa.


Actualização: a propósito do texto acima recebi este link (clicar). Não pude apurar sobre a veracidade do que está escrito, pelo que cada um tirará as suas conclusões.

1 comentário:

vasco disse...

Não é uma questão de heroísmo, mas sim uma questão de atitude.De facto as condições estão lá, e serviram para que ele tivesse outra rede para poder começar o seu negócio...quantos outros com as mesmas condições estão à sombra da bananeira... O Martim é tão herói, como a dra. Raquel é vilã, mas colocando lado a lado um está no lado teórico, outro no lado prático..."e de boas intenções...". Continua a tua coluna no p3, está bem escrita e os insultos, esses...servem para perceberes que pelo menos os textos são lidos eque não são indiferentes a quem os lê...se a tua escrita não for para agradar aos outros, isso tornar-se-á uma Não questão. Abraço e keep the good work