22 de abril de 2008

O Dia da Terra, num texto a dois tempos

E se hoje fossemos capazes de parar um minuto para pensar no que andamos a fazer deste planeta, por sinal o único, dos que conhecemos, onde podemos viver e procriar? Se pensarmos na forma como, em trezentos anos, conseguimos destruir tudo o que se manteve praticamente intacto durante séculos, seguindo apenas o curso normal de algo que é mutável, talvez achemos que vale a pena reflectir um pouco.

Digo-me agora preocupado com esta treta do ambiente, mas estou-me a borrifar para a emissão de gases resultante do uso abusivo que faço do meu carro. Não quero saber, nem um pouco, do desperdício energético provocado pelo uso do ar condicionado no local de trabalho, quando abrir a janela resolvia o problema de circulação do ar.

Tenho aquela estranha sensação dos que acham que isto caminha para um ponto sem retorno e inquieta-me que, com temporais em plena Primavera, haja quem assobie para o lado, enquanto murmura "são as alterações climáticas" – mesmo que não saiba o que são "alterações climáticas".

Que mude o tempo, que mude o clima, que chova em Abril, em Maio e em Junho. Que haja Verão em Janeiro e Inverno em Agosto. Sinceramente, não me ralo nada e até acho piada a como as estações enfraqueceram e o tempo se tornou imprevisível. Não contem comigo para manifestações verdes, porque se for a alguma, a condição é ir de carro.

Tem traços bíblicos, o estado da arte. Que futuro estamos, afinal, a preparar para as gerações que se seguem à nossa? Chegámos tarde à corrida para salvar a Terra? Estamos dispostos a abdicar deste conforto que nos é dado pela modernidade?

O futuro é dos que nos seguem e eles que se preocupem. Por mim, desde que não me aterre um iceberg no quintal, dou-me por satisfeito. Se querem salvar o planeta, contem comigo, mas já sabem que não vou de transportes, nem fico até tarde, porque não sei se vai estar sol ou chover e não estou para ficar constipado.

2 comentários:

gralha disse...

Sim, sim, também me irritam um bocadinho os fundamentalismos ecológicos...

...mas não estou a ver outra maneira mais eficaz de convencer as pessoas que estamos mesmo a arruinar o planeta. E eu preocupo-me com as gerações vindouras porque as vejo materializadas no meu filho!

beijinhos esverdeados

Mak disse...

eheheh
A ideia de ir a uma manifestação verde de carro (assim um bruto jipe a diesel), é no mínimo "deliciosa"