Acabei de ver um filme. Foi com ele que dei por mim a pensar no poder das palavras escritas. Quando falamos, enquanto mantemos uma conversa com alguém, as palavras que usamos tendem a perder-se pelo caminho. De resto, se o destinatário tentar repetir o que dissemos, dificilmente fará melhor do que aproximar-se da essência da mensagem.
Ao invés, se escrevermos, depois de o termos feito, fica tudo ali, escarrapachado. Com as palavras escritas, não há volta à dar. Não vale o argumento "não foi isso que eu quis dizer". Pois não, mas foi isso que escreveste, oh meu!
Se calhar, é melhor termos cuidado com o que debitamos para o papel (seja-o ou não). É cá por coisas.
4 comentários:
Eu acho que a ambiguidade também passa em palavras escritas. Há sempre a possibilidade de alguém ver no que escrevemos coisas que não nos passaram pela cabeça. Às vezes lêem segundos sentidos onde não os quisemos escrever, outras percebem só o literal de uma grande metáfora.
Até nas palavras escritas existe a hipotese de multiplos sentidos e ambiguidades. Cada um entende aquilo que realmente quer entender, seja a mensagem escrita ou oral.
Vamos ser sempre alvo de outros entendimentos. É a nossa sina!
e qual foi o filme já agora?!.. *
Pois o argumento "de não foi isso o que eu quis dizer" nas palavras escritas pode não ter valor, mas também podemos dar uma interpretação diferente às palavras do autor, e o vice-versa também é verdade.
Gilberta
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