2 de junho de 2009

O assalto não lhe correu muito bem

Acabei de ser assaltado. Não foi um assalto qualquer. Foi um assalto à mão armada. À mão armada, porque a mão do assaltante tinha, rigorosamente, uma arma. Uma pistola... ou bisnaga (preferi não esperar para ver). Não foi assim tão mau e passo a explicar porquê. Aconteceu assim:
Estava a sair da estação em direcção à casa de uma amiga, só que, ao entrar na estrada principal, a própria cruza-se comigo, no seu carro. Encostamos à berma, saio do carro e troco, logo ali, dois dedos de conversa. Devolvo-lhe um pertence - motivo da viagem - e preparo-me para seguir caminho. Não deu tempo. 
No entretanto aparecem dois madiés de scooter. Param e um deles dirige-se a mim. Surpresa! Tira uma pistola do bolso: "O telemóvel". Não me fiz rogado. "A carteira".
Acontece que é dia 2 de Junho, ainda não recebi e tinha acabado de comer batatas fritas com gasosa no trânsito. Logo, sobravam-me 500 kwanzas. Depois de tamanha frustração, os assaltantes (já disse que foi um "assalto à mão armada"?) deram-me ordem de soltura.
Sobrou-me, contudo, discernimento para pedir de volta os sim cards. Eu tenho, ou tinha, um dual sim e era chato "pa caraças" ficar, de uma só vez, sem dois cartões onde guardo todos os meus contactos, além de dezenas de mensagens das muitas mulheres que me desejam. Como tive o privilégio de ser assaltado - fui vítima da criminalidade violenta de Luanda, o que faz de mim um sobrevivente - por dois indivíduos íntegros, lá reavi os chips. Até no mundo do crime há gente séria. Séria e educada, como eu, que antes de partir agradeci com um sentido "obrigado".
Reencontrei-me com a minha colega uns metros mais à frente e fizemos amor logo ali. É que o perigo excita-me.

9 comentários:

Sereia disse...

Ainda bem que eles não tiveram acesso às msgs!

Alda Couto disse...

Olha, nem sei o que dizer...tiveste sorte? Azar?
Dizer sorte é conformismo. Só o facto de existirem assaltos, e motivos para eles, me deixa fora de mim...mas enfim...é o mundo que criámos. Se calhar mais valia estar calada...

sakura disse...

Ai amori! Então eu descubro por aqui que tens mensagens no telemóvel de todas as mulheres que te desejam?! Está bem, eu deixo...
Vá lá, do mal o menos, ficaste com os cartões e ainda tiveste sexo pós-momento-de-grande-perigo. Não faz mal...longe da vista longe do coração ;)
Beijo*

andorinhaavoaavoa disse...

Oh meu amigo! Eu já te disse para não falares com madiés na rua e se vierem de scooter foge deles! O que interessa é ke estejas bem, com cartões ou sem cartões! Cuida-te sim?

You know who disse...

Nunca desiludes e é por isso q te amo. Pinaço do bom logo depois de uma cena dessas! És muito grande!

gralha disse...

Estava a faltar-te esta experiência para te tornares no verdadeiro Luandino, não?
Ainda bem que acabou por não correr muito mal.

HelenaT disse...

Adorei a parte do "fizemos amor logo ali".
Gosto deste blog.
Abraço

Unknown disse...

Gilberta
Olá Nuno finalmente encontro-o!
E logo no meio de um assalto muito educado no dia de Junho de 2009 em Luanda.

Afinal está em Luanda e bem felizmente.

Imagino que muitas mulheres por aí o queira para pai dos filhos delas... isso é muito interessante e normal em Luanda creio eu.

Mas eu gostava muito que me desse uma resposta aos meus E.Mail's s.f.f.

de Marte disse...

Ena pah, senhor Nuno.
Deixe-me dizer-lhe que é preciso ter cuidadinho por essas ruas. É que estar a falar com uma colega na rua é perigosíssimo, mas fazer amor logo ali pelos vistos é mais seguro. Os madiés não ousariam interromper tamanho momento de partilha...
:)
Bela descrição. gostei do blog.
kiss