Habituei-me a ouvir o António Sérgio dentro do carro. Ou porque, à data sem casa, estava parado a namorar por aí, ou então, anos mais tarde, enquanto voltava tarde do trabalho. Foi dos poucos que me fez levantar o volume do rádio só para o ouvir falar ao microfone, muito mais do que para escutar as canções que escolhia.
Estive uma vez com ele, ao longe, sem contacto próximo. Ouvi-o, dessa vez, com a mesma atenção de todas as outras.
António Sérgio era um irreverente. E a mensagem que recebi no telemóvel, anunciando a sua morte, fez-me recuar até ao tempo em que "O Lobo" era a minha companhia das madrugadas.
A rádio em Portugal está hoje mais pobre. O país perde um grande comunicador e um guardião do jeito puro de falar "nas ondas do éter".
A dignidade que manteve até ao fim - mesmo depois de ser escorraçado de uma Comercial demasiado comercial - fazem dele um modelo de rectidão e profissionalismo. A cultura deste país precisa de visionários como ele. Até amanhã, camarada.
Estive uma vez com ele, ao longe, sem contacto próximo. Ouvi-o, dessa vez, com a mesma atenção de todas as outras.
António Sérgio era um irreverente. E a mensagem que recebi no telemóvel, anunciando a sua morte, fez-me recuar até ao tempo em que "O Lobo" era a minha companhia das madrugadas.
A rádio em Portugal está hoje mais pobre. O país perde um grande comunicador e um guardião do jeito puro de falar "nas ondas do éter".
A dignidade que manteve até ao fim - mesmo depois de ser escorraçado de uma Comercial demasiado comercial - fazem dele um modelo de rectidão e profissionalismo. A cultura deste país precisa de visionários como ele. Até amanhã, camarada.
2 comentários:
Estamos mais pobres, sem dúvida. Adorava a sua voz, a forma como comunicava.
A hora do Lobo vai ficar para sempre. Ele tinha uma voz poderosa!
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