Todos os dias de manhã, assim que acordo, vou à casa de banho. Lavo a cara e olho-me ao espelho. Quer dizer, olho-me ao espelho assim que entro na casa de banho, até porque o lavatório está exactamente em frente à porta e não há como escapar. Bem, mas essa primeira vez não interessa nada, até porque não me presto grande atenção. O que é realmente importante é o que acontece depois de lavar a cara. Dou por mim a conversar com o meu próprio reflexo. Eu sei, isto parece conversa de doidos, mas poucas vezes estive tão certo duma frase como estou desta: Eu falo comigo, no espelho da minha casa de banho e, contudo, não sou eu que digo as coisas que costumo ouvir dizer.
Todas as manhãs, sem uma única excepção, aquele sujeito que está do outro lado do espelho - e que sou eu ou alguém muito parecido comigo - diz-me coisas que ou me envergonham, ou enaltecem. Na maior parte dos dias costumo ouvi-lo - ou ouvir-me, pelos vistos - dizer coisas sem qualquer sentido lógico, para a minha lógica imediata. Demoro sempre algum tempo a desmontar o que está subjacente àquelas conversas que mantenho com o meu reflexo, que não sou eu.
Quando me compreendo, acabo sempre, invariavelmente, por me dar razão.
*O mote desta semana é uma proposta dela, com participação dele.
Todas as manhãs, sem uma única excepção, aquele sujeito que está do outro lado do espelho - e que sou eu ou alguém muito parecido comigo - diz-me coisas que ou me envergonham, ou enaltecem. Na maior parte dos dias costumo ouvi-lo - ou ouvir-me, pelos vistos - dizer coisas sem qualquer sentido lógico, para a minha lógica imediata. Demoro sempre algum tempo a desmontar o que está subjacente àquelas conversas que mantenho com o meu reflexo, que não sou eu.
Quando me compreendo, acabo sempre, invariavelmente, por me dar razão.
*O mote desta semana é uma proposta dela, com participação dele.
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