Dez anos depois, os ecrãs de televisão voltam a encher-se de imagens dos atentados terroristas contra o World Trade Center, em Nova Iorque. Na verdade, tem sido assim desde 2001. Sempre, a 11 de Setembro - quando não noutras datas - os alinhamentos dos telejornais recuperam aqueles minutos que todos já vimos e revimos 1001 vezes.
Terrorismo. Com o mediatismo que só os Estados Unidos conseguem conferir a qualquer acontecimento, a palavra entrou no léxico do cidadão comum e o conceito ganhou uma nova dimensão.
Não chego a perceber até que ponto entrámos, a partir de então, numa nova ordem mundial. Houve uma renovada preocupação com a segurança global? Talvez. Mas acima de tudo, os atentados e aameaça da repetição da tragédia têm servido como argumento político para justificar uma mudança de paradigma na forma como os estados se relacionam com os cidadãos (os seus e os outros) e na forma como, com o despudor de sempre, agora enquadrado num dúbio "supremo interesse nacional", as autoridades invadem e condicionam as liberdades individuais.
Ao abrigo da legitima-defesa, permitiram-se, indulgentemente, assassinatos e torturas, invasões de países soberanos, destruição de cidades e guerras sem fim. É que o tal mundo civilizado também faz justiça com as próprias mãos.
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