7 de dezembro de 2012

Relógio


Parou o relógio às 17:22, no minuto antes do último minuto em que a viu e em que, ao vê-la por aquela que pode ter sido a derradeira vez, não lhe disse todas as coisas que tinha por dizer. Deixou então o tempo na oportunidade final, convencido de que assim poderá, querendo, retoma-lo não antes ou depois, mas no momento certo. Dir-lhe-à aquilo em que tem estado a pensar e virará costas antes da eventual resposta. Não quer saber e não precisa de. O que pretende é só dizer e, assim, descer a rua sem olhar para trás.


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