Quando criança, talvez nos meus 6 ou 7 anos, à pergunta "o que é que queres ser quando for grande?" costumava responder "Presidente da República". Cresci mais um pouco e percebi que a vocação, afinal, seria para outras áreas mais dentro da lei.
Tenho muita sorte e digo-o muitas vezes (porque me acho realmente um privilegiado): há quase treze anos que faço aquilo que sempre sonhei fazer. E nunca precisei de fazer outra coisa que não isto. À minha volta, vejo tanta gente com talento, com tanto para dar, agarrada a empregos que não lhes dizem nada e a vidas aborrecidas que lhes tiram os sorrisos e só me posso considerar um sortudo.
Mas a sorte também se conquista. Com trabalho, abnegação e muitas, muitas horas de entrega àquilo que acreditamos valer a pena. Na faculdade, tive um professor que, além dos péssimos hábitos de higiene, tinha uma frase que usava sempre que nos queria fazer entender. Dizia mais ou menos assim: "só depois de terem feito a vossa parte é que têm direito de reclamar se as coisas não vos correrem bem".
No fundo é isto. Fazer a nossa parte. No limite, podemos fazer até o que nos compete e mesmo assim não resultar. Mas desistir antes de tentar, é assumir a derrota sem sequer termos entrado em campo.
Os bons empregos conquistam-se, a realização profissional e pessoal alcança-se. Mas custa. O que eu vejo hoje, para além de toda a crise, é a promoção da cultura do facilitismo (e os seus resultados). Pais que levam os filhos ao colo até muito depois do que era suposto e filhos que esperam que os pais lhes bastem muito para lá do que deveriam bastar.
É preciso lutar por aquilo que queremos e os protagonistas das nossas lutas só podemos ser nós.
É preciso lutar por aquilo que queremos e os protagonistas das nossas lutas só podemos ser nós.
Já não quero ser Presidente da República, mas quando cheguei a adulto percebi que o disparate de criança tinha, afinal, que ver com outra coisa: ambição.
Quanto maior sonharem, mais longe chegarão. Mas acordem, entretanto. Acordem e façam o que querem que seja feito.
Que 2013, para lá de todos os défices, seja o ano de quem ambiciona.
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