9 de novembro de 2009

De quarta em diante

A partir de quarta-feira vou voltar a trabalhar em imprensa. Já experimentei todos os suportes - falta-me, de forma regular e sistemática, o on-line. No jornalismo, gosto especialmente de escrever. Encontro nos jornais a verdadeira essência da profissão Para mim, nenhum suporte é tão genuíno como o original. A palavra imprensa, a tinta no papel, a imagem (se forem boas imagens, ainda melhor) e o ritual da compra tornam-no quase transcendental.

Diz-se que os jornais vão acabar. Não quero acreditar nisso. Também se dizia que a rádio - com os CD's - e o cinema - com a VHS, imagine-se - iam acabar e, afinal, ainda aí estão. O que falta aos jornais - e às revistas, por defeito - é a capacidade de se reinventarem. Ninguém está disposto a pagar para ler (e ler é um exercício potencialmente chato) uma coisa a que acede à borla no FM do auto-rádio, no www da Web, num dos muitos canais do velho analógico e da nova TDT ou ainda no telemóvel. Perante isto, é muita presunção achar que alguém se vai dar ao trabalho e à despesa de comprar um jornal para ler mais das do mesmo das mesmas notícias reaquecidas, na melhor das hipóteses, do dia anterior.

Uma imprensa moderna terá de ser uma imprensa actuante, surpreendente, interventiva. Um jornal dos novos tempos terá de ser uma colectiva de inéditos, de histórias devidamente explicadas. Tem de acrescentar valor à informação. Este é o tempo daqueles que têm coragem de transformar artigos em reportagens e fazer desses textos pensados as verdadeiras notícias que marcam a agenda. Sobreviverão, quero acreditar, os jornais que não se limitarem a informar, mas que saibam, igualmente, assumir o seu papel formativo.

O projecto que aceitei integrar quer ser isto. Quer aprofundar as matérias, quer não só narrar histórias, mas explica-las aos leitores. Quer fazer - ambiciona fazer - bom jornalismo. Quer começar agora o caminho para lá chegar.

Não sei se serei um bom jornalista, mas gosto de gente que me dá valor. Depois de ter ajudado a fundar um canal de televisão, "refundar" um jornal parece-me um desafio muito interessante.

5 comentários:

Alda Couto disse...

Desejo-te todas as delicidades do mundo (acho que já disse isto!...); que entres com o pé direito e quanto aos jornais seria bom se houvesse algum que se dedicasse a informar o que de bom se faz pelo mundo, porque ainda se vão fazendo coisas boas; seria bom que houvesse alguém que pelo mundo procurasse esses heróis anónimos para lhes dar voz, porque ser formativo é isso mesmo, é mostrar às pessoas que há outras que lutam como elas e que vencem, o Homem aprende por imitação e vai buscar a sua força aos exemplos de outros.

andorinhaavoaavoa disse...

Claro que és um optimo jornalista. Não existem dúvidas e sei, só porque sim, que vais ter muito sucesso. Já agora parabéns, coisa mal disposta logo pela manhã! :)

Sereia disse...

Vai lá. Escreve bem e muito como sabes fazer. Manda-nos o jornal! :)

Orangina disse...

Parabéns Pá!!!!!!!!!!!!!!!

Mnemósine disse...

Parabéns! Conta muitos, com saúde!