28 de maio de 2009
Estava a ouvir o Governo Sombra da TSF e dei por mim a pensar no seguinte:
27 de maio de 2009
Querido diário,
Quando o inesperado acontece
26 de maio de 2009
Olha eu (o da camisola às riscas)
25 de maio de 2009
22 de maio de 2009
E está tudo dito
19 de maio de 2009
33H
Tenho a carteira cheia de notas de 10, tantas que não a consigo fechar. As notas de 10, e as de 5, também, circulam ao ritmo da vida: acelerado. Não é que tenham grande valor, como a vida, volátil, mas são tantas e tão chatas que qualquer pretexto é bom para as despachar.
Em rigor, a minha carteira está quase sempre assim. Se calhar devia fazer como o Ricardo e guarda-las. Tivesse ele falado disso antes e talvez eu próprio fosse hoje um coleccionador de notas de 10. Em cada uma teria escrito uma memória, uma história, um episódio. Sobrariam as narrativas, por falta de notas.
São 9 meses disto, aqui. Fora o que se faz, há tão pouco para fazer que tudo parece imenso. Por falta de distracção, concentramo-nos nas coisas simples. Simples demais, às quais não daríamos importância, não fora o facto de andarmos entretidos com nada, além do circunstancial.
No fundo, é uma estupidez esta maneira de levar a vida. Vai-se da paixão ao desamor num fragmento de segundo, de novo à paixão e daí sabe-se lá para onde. Se agora somos líricos, a seguir seremos é uns grandes idiotas porque perdemos tempo com poesias.
Tenho África entranhada. O calor abre-me os poros e a poeira enche-me a pele de coisas que não consigo definir melhor do que isto.
Tudo é tão rápido, só o tempo demora a passar. Não é que seja penoso, apenas demasiado intenso, real e longe da saída para se fugir “em caso de emergência”.
Ninguém passa por aqui e continua igual a si mesmo. É-se – sou – uma metáfora (na melhor das hipóteses) do que estava convencido ser. Ao olhar do espelho sou mesmo eu, mas o tipo que se reflecte é quanto muito um heterónimo do 33H, TP257.
Não sei quanto tempo é que isto ainda vai durar. Já percebi é que não vai acabar no dia em que me for embora.
Ainda as formigas
As formigas - Olívia, onde raio é que tu te meteste? - são o exemplo acabado de que o todo é muito mais do que a soma das partes e a nós faz-nos muita falta perceber isto.
Querida Antígona, sinto contigo a dor pelo genocídio provocado a milhões de formigas (vejam isto) com um fim científico, mas quem parte deixando um exemplo a quem fica morre por uma causa maior. Como Cristo, no fundo.
Olívia e Esmeralda
Ganhei por elas (as duas ou as demais) um grande afecto e não capaz de as tirar daqui. Deixo-as, então, em paz.
15 de maio de 2009
Pequenos nadas
14 de maio de 2009
O texto da vizinha
13 de maio de 2009
Diz-me nada:
10 de maio de 2009
... por isso existe o Ponto de Encontro
9 de maio de 2009
Africandade
6 de maio de 2009
Oh Lena,
5 de maio de 2009
Pequenos partidos
1 mensagem não lida
Liguei.
- Muito bom dia. O meu nome é Nuno Ferreira e recebi uma mensagem escrita a alertar para uma consulta no dia 6 de Maio, na vossa clínica. Pode-me dizer qual é a especialidade?
- Dermatologia.
- Pois, não me leve a mal, mas não vou conseguir comparecer à consulta. É que estou em Luanda e dificilmente marcaria uma consulta para Amarante. Só pode ser engano.
4 de maio de 2009
"Do teu..."
Para ser sincero, nem sequer estou a falar das relíquias que só um olho treinado encontraria num espaço lúgubre como é uma loja de velharias. Aquilo de que eu gosto mesmo é daqueles objectos que nunca ninguém irá comprar. Afinal, são eles que nos levam até à vida de alguém. Imaginar que aquele “aquilo” teve um dono – talvez até mais do que um – é ‘cousa’ à qual não se fica, digo eu, indiferente.
Gosto especialmente de pentes. A par das escovas de dentes, os pentes são dos objectos mais pessoais que temos. Dificilmente partilhamos, de bom grado, a nossa caspa com alguém. Queria ser capaz de perceber neles coisas sobre quem os usou. E vai daí interrogo-me: que idade teria? Cabelo comprido? Encaracolado ou liso? Não percebo nada através deles. Não percebo nada e tenho pena, mais não seja porque este texto ficaria muito mais bonito se eu tivesse uma história para contar.
Foi numa dessas frustrações que encontrei, certo dia, um molhe de cartas. Dentro de uma caixa, em envelopes amarelecidos, misturados com outros envelopes amarelecidos, estava a correspondência amorosa trocada durante anos entre um soldado e a sua amada.
Li a primeira, li a segunda e à terceira decidi que compraria, sem cuidar do preço, todas quantas encontrasse. Já em casa, organizei a novela amorosa – em 22 capítulos – numerei-a e pus-me a par. Que amor, aquele. Cheguei ao fim com o propósito de encontrar os autores das cartas. Uma bela demanda em perspectiva, ou não fosse o enredo datado dos anos 50.
Fui à morada da Maria Isabel – assim se chamava - numa rua de Lisboa, num prédio com o mesmo cheiro das lojas de velharias. Bati à porta certa, mas ninguém a abriu. Perguntei a alguns vizinhos mais antigos e nenhum me soube responder. Acabou por ser numa troca de favores que descobri que o “Do teu…” estava muito doente num lar em Santarém. Sobre ela, nada.
Gostava de lhe ter devolvido as cartas, mas o tempo passou e a vontade também. Não ficou, sequer, a intenção. Apenas a vontade de um dia escrever sobre isto.
Budapeste e tudo à volta
Aliás, a Hungria que interessa está muito mais fora de Budapeste, do que no seu interior. Uma breve viagem de comboio permite desvendar um país pobre, mas verdejante. À espera de desenvolvimento, mas com uma beleza singular.
Não sei porquê, lembrei-me disto agora.
3 de maio de 2009
Crazy mom
2 de maio de 2009
As baratas
Estou a tentar estabelecer regras de convivência, afinal, sou dono de um bom coração, tantas vezes desprezado. Não mato mais de duas por dia e evito faze-lo se não sairem da cozinha. Não sei até quando o acordo vai ser respeitado. Quero acreditar que as próprias são senhoras de bom tino e que isso bastará. Estou em plena guerra fria.
Não me tomem por parvo: já pedi uma desinfestação. Responderam-me que está agendada. Há um mês.
1 de maio de 2009
Acabado de sair do coma
Há muita magia numa lata de Cuca. Desde logo o seu aspecto exterior, com aquele amarelo torrado, um verdadeiro convite ao deleite. Depois, toda a estética escondida no seu conteúdo, revelado ao mundo no momento da abertura, como se de uma mulher acabada de estrear se tratasse.
Geralmente, excepto nos dias maus, limpo sempre à volta. Afinal, com tanta doença que há por aí, não é sensato meter no desconhecido sem, pelo menos, dar-lhe um asseio rápido.
O "ritmo Cuca" (ouvissem a 96.5) é tão bom que repito sempre a gracinha. Uma, duas, três vezes. E não é que não me lembro de algum dia ter passado da terceira?